O hacker Walter Delgatti Neto escondia atrás de um quadro em sua casa o pendrive com os dados que copiou do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). É justamente esse dispositivo que, agora, Delgatti oferece à Polícia Federal como forma de colaborar com as investigações.
Delgatti foi preso pela terceira vez nesta quarta-feira (2/8), pela PF, por inserir mandados e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão do CNJ.
Em um período de três meses, Delgatti copiou todos os códigos-fonte, senhas de bancos de dados e chaves de acesso do sistema do CNJ.
Os dados foram guardados em um pendrive que ficava escondido atrás de um quadro que pendurava na parede de casa.
Em junho deste ano, Delgatti havia sido preso por descumprir medidas judiciais. Ao receber a PF em sua residência, Delgatti perguntou se o motivo da presença dos agentes seria “a investigação do CNJ”.
O hacker informou que pretendia colaborar com a investigação e, segundo a PF, indicou espontaneamente a localização do pendrive com todos os dados do CNJ.
As informações armazenadas no pendrive incluem o sistema que interliga a Justiça ao Banco Central e às instituições financeiras (Sisbajud), o sistema on-line de restrição judicial de veículos (Renajud), todo o sistema de Processo Judicial Eletrônico (PJE), o sistema interligado com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o sistema corporativo do órgão.
A operação desta quarta-feira também cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços da deputada Carla Zambelli. Ela foi apontada por Delgatti como mandante das invasões ao sistema do CNJ.
Metrópoles