Com 97,23% dos votos apurados, Javier Milei, o candidato à Presidência de extrema direita, surpreendeu sendo o mais votado nas eleições primárias da Argentina, realizada neste domingo (13), de acordo com a contagem oficial.
Javier Milei contava com 30,05% dos votos, ante 21,40% de Sergio Massa 21,40% e 16,98% de Patricia Bullrich.
Javier Gerardo Milei é economista, professor e deputado, líder da coalizão política conservadora e libertária de direita La Libertad Avanza, fundada por ele em 2021. Milei defende uma mudança radical no país ao propor um plano de ajuste fiscal de 15% do PIB, privatização de empresas públicas, eliminação de controles cambiais, dolarização da economia e extinção do Banco Central, entre outras propostas.
Milei disse a repórteres, ao votar no domingo cedo, que membros da “casta de políticos entrincheirados” estão tentando estigmatizá-lo e que a Argentina tem uma chance de mudar após décadas de fracasso.
As prévias definem as chapas que vão concorrer na eleição presidencial de outubro. Milei concorre sozinho dentro da sua coalizão, mas tanto o governismo como a oposição tem mais de um candidato. Além de liderar o voto por chapas, Milei foi o candidato mais votado, com 7 milhões de votos.
O ministro da Economia, Sergio Massa, ligado aos peronistas pelo “União pela Pátria”, contava com 21,40% dos votos.
A ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich, lidera as primárias da coalizão de oposição “Juntos pela Mudança”, com 16,98%. No total, “Juntos pela Mudança” conta com 28,26% dos votos e o “União pela Pátria”, 27,26% – considerando os votos de seu outro candidato, Juan Grabois.
A Argentina realiza regularmente dois tipos principais de eleições: i) eleições nacionais, para eleger autoridades federais: o Poder Executivo, composto pelo Presidente e Vice-Presidente, e o Congresso Nacional, composto por senadores (72) e deputados (257); ii) Eleições provinciais e da cidade de Buenos Aires ou locais, para eleger as autoridades de cada província: os poderes executivos das províncias e seus legislativos. Em todos os casos, o voto é universal, secreto e obrigatório para os cidadãos a partir dos 16 anos.
A realização de segundo turno, em 19 de novembro, depende de algum candidato atingir ou não 45% dos votos, ou mais de 10 pontos de diferença em relação ao segundo colocado, superando 40% dos votos. O primeiro debate presidencial será realizado em 1º de outubro e o segundo em 8 de outubro. Caso haja segundo turno, haverá debate final em 9 de novembro. O mandato presidencial é de quatro anos, com possibilidade de uma única reeleição imediata.
InfoMoney