O aumento anunciado pela Petrobras, na terça-feira 15, já está sendo aplicado nas distribuidoras. O litro da gasolina, que tinha preço médio de R$ 2,52, teve alta de 16,3%, o que significa acréscimo de R$ 0,41, subindo para R$ 2,93.
O valor do diesel teve reajuste de 25,8% na venda nas refinarias, passando de R$ 3,02 para R$ 3,80, um aumento de R$ 0,78.
Os novos preços começaram a ser praticados nesta quarta-feira, 16. Ou seja, a partir de hoje a decisão adotada pela Petrobras, que desde o início do ano é presidida pelo petista Jean Paul Prates, chegou ao bolso dos motoristas brasileiros.
O encarecimento dos combustíveis é considerado “grande” pelo Banco Central (BC). O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que esse novo dado tem impacto sobre a inflação e vai levar o órgão a revisar suas projeções para o comportamento dos preços.
O comunicado foi feito depois de a companhia segurar o preço dos combustíveis por quase três meses. Revendedores já começaram a reclamar da falta de diesel em postos em pelo menos 14 Estados e no Distrito Federal. Com a defasagem do preço do diesel, os importadores deixaram de comprar o produto no exterior.
Mudança na política de paridade de preços
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicon), a defasagem no preço do diesel chegou a 30%, depois que a Petrobras acabou com a política de paridade de preços e passou a considerar apenas a demanda interna para dar preços aos combustíveis.
Para justificar o aumento desta semana, a Petrobras, em nota, citou o fim da política de paridade de preços com o mercado internacional. Tal medida, de acordo com a empresa, serviu para a redução dos preços da gasolina e do diesel e para reduzir os efeitos da volatilidade dos preços externos.
“Importante esclarecer que a implementação da estratégia comercial, em substituição à política de preços anterior, incorporou parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação”, afirmou a Petrobras. “Em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes.”
Petrobras criticada por demora em reajuste de preços da gasolina
Por não reajustar os preços praticados no mercado doméstico aos preços comercializados internacionalmente, a Petrobras tem recebido muitas críticas. A demora em aumentar o preço dos combustíveis resultou em uma defasagem de 45% na gasolina e 31% no diesel, apontou um relatório da XP Research.
Em nota, a estatal informou que a nova estratégia comercial permitiu à Petrobras que conseguisse controlar o preço dos combustíveis apesar da volatilidade do mercado internacional.