Jean Guimarães Vilela, assessor da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e um dos alvos da investigação que apura invasões ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), disse que R$ 3.000 dos R$ 13.000 pagos a Walter Delgatti, conhecido como o hacker da Vaza Jato, saíram de sua conta pessoal. Ainda segundo Vilela, o pagamento não foi feito com dinheiro público.
“Foi dinheiro pessoal, direto da minha conta pessoa física. A empresa jurídica do Walter foi contratada por mim para realizar a execução de melhorias no site da deputada”, disse o assessor de Zambelli em entrevista à CNN.
De acordo com Vilela, sua conta pessoal foi usada porque a empresa que presta serviços de divulgação para o gabinete da deputada, que pertence a ele e sua mulher, Monica Romina Santos de Sousa, não tinha dinheiro em caixa.
“Ela [Zambelli] pagava para que minha empresa executasse serviços de produção, criação, edição e finalização de conteúdo para redes sociais, e, além disso, manutenção do site. A contratação do Walter foi para o site, que tinha um alcance muito alto, para melhorar o desempenho”, justificou.
O assessor contou que o hacker não realizou o trabalho e, por isso, o pagamento do restante do valor não foi feito. “Sou trabalhador, tudo o que faço é com transparência. Todos os valores foram devidamente lícitos e os meus serviços prestados”, afirmou Vilela, que foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão na 4ª feira (2.ago). No mesmo dia, ele prestou depoimento à PF (Polícia Federal).
“O que o senhor Delgatti fez não cabe a mim dizer, eu não o conhecia, não sei do relacionamento dele com a Carla, só sei e tenho provas cabais do que ele tratou comigo. A deputada nunca me pagou para pagar hacker, isso é narrativa”, completou.
Delgatti depôs à PF no mesmo dia. Disse ter entregue extratos que comprovam o recebimento de R$ 13.500 de Zambelli, que comprovariam o envolvimento da deputada na invasão ao sistema do CNJ.
Em entrevista a jornalistas na 4ª feira (2.ago), a deputada também relacionou os pagamentos ao hacker a serviços para seu site e disse que não usou recursos da Câmara. “Os pagamentos que houve foram sempre relacionados ao site, para ele fazer melhorias no site. Não foi da minha cota. Todo dinheiro foi de empresa que eu subcontratei, e essa empresa pagou, mas do meu bolso, não da cota.”
Créditos: Poder 360.