O procurador-geral da República, Augusto Aras, deixou claro em conversas reservadas que considera o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes um dos principais “empecilhos” para sua recondução.
Além de Moraes ser um dos nomes do Judiciário mais próximos a Lula e defender, como Gilmar Mendes, o vice-procurador eleitoral Paulo Gonet para ser o novo PGR, Aras avalia que a sua postura e de sua equipe sobre uma eventual prisão de Bolsonaro pesam contra sua permanência no posto.
É consenso entre membros do Judiciário que, enquanto Aras estiver à frente da Procuradoria-Geral da República, não deve ser feito nenhum pedido de prisão relacionado ao ex-presidente. Moraes é o responsável pelos inquéritos envolvendo Bolsonaro. A avaliação é a mesma entre investigadores da Polícia Federal.
Como informou a colunista Malu Gaspar, na PF a leitura hoje é a de que, para levar um ex-presidente para atrás das grades, seria necessário ter a concordância dos órgãos que participam da investigação, o que inclui o Ministério Público.
Aras teve uma conversa na quinta-feira passada com Lula. O PGR, que tem nomes de peso apoiando sua recondução, como o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o ministro Rui Costa, saiu otimista da conversa, apesar dos alertas de que tem poucas chances de seguir na cadeira. Um dos argumentos é a atuação que teve com Bolsonaro, especialmente na pandemia.
Aras, no entanto, deixa claro a aliados que seguirá com a campanha a todo vapor até 26 de setembro, quando vence seu mandato.
Como informou O GLOBO, além de Gonet, também despontam na disputa pelo posto de PGR os subprocuradores-gerais Antônio Carlos Bigonha e Mario Bonsaglia. Integrantes do governo veem uma pequena preferência por Gonet, mas avaliam que a escolha de Lula ainda está em aberto.
O Globo