Fabio Wajngarten esteve no Senado para “transmitir mensagem de apoio” ao tenente-coronel; militar participa de oitiva em CPI
O advogado Fabio Wajngarten, assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou nesta 3ª feira (11.jul.2023) a prisão preventiva do tenente-coronel Mauro Cid. O militar está preso desde 3 de maio depois de ser alvo de operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos em cartões de vacinação. Wajngarten declarou que não há “o que temer” no celular de Cid apreendido na operação.
“O telefone do tenente-coronel Mauro Cid sempre esteve à disposição. [Ele] não apagou nada, nunca trocou de telefone. Não há o que temer no telefone dele. O telefone dele era o muro das lamentações de todas as demandas para o presidente da República. [Nada] mais natural que tenha toda a conversa de todos os tipos e de todos os temas”, disse em entrevista a jornalistas.
No celular de Mauro Cid, a PF identificou trocas de mensagens que indicam suposta tentativa de articular um golpe de Estado depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.
“O tenente-coronel era o bom dia e o boa noite do presidente, começando com o briefing logo cedo, muitas vezes eu acompanhava, e era o último a deixar a companhia do presidente quando ele se recolhia”, disse.
Assista (3min26s):
Wajngarten foi ao Senado nesta 3ª feira para “transmitir uma mensagem de apoio” ao militar, que é ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e participa de oitiva do CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos de 8 de Janeiro.
Na entrevista, Wajngarten também disse ser preciso que a Justiça siga o “devido processo legal” com o princípio da ampla defesa.
“Vim transmitir uma mensagem de apoio e restrito a ele. Sou pai de três meninas, assim como ele. Hoje completa 70 dias que o tenente-coronel está preso. Sem nenhuma razão aparente. Sem nenhuma denúncia para que ele se mantenha na prisão preventiva”, afirmou.
Cid na CPI
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro decidiu ficar em silêncio em sua oitiva, mas fez uma declaração inicial na reunião. Em sua fala, Cid leu parte de seu currículo militar e falou sobre as funções na ajudância de ordens quando ocupava o cargo como assessor da Presidência.
Cid compareceu fardado ao depoimento conforme orientação do Exército. A corporação afirmou em nota que Cid compareceu uniformizado porque “foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força”.
Ao justificar seu silêncio para os questionamentos dos congressistas, Cid listou as investigações das quais é alvo:
“Sou investigado pelo poder Judiciário, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal, até onde tenho conhecimento, em pelo menos 8 investigações criminais, sendo elas: a suposta participação em incitação dos atos de 8 de Janeiro; a suposta falsificação de cartões de vacinas; a suposta fraude na retirada de presentes recebidos pelo ex-presidente; supostas irregularidades em pagamentos recebidos em nome do ex-presidente e ex-primeira-dama; o suposto vazamento de inquérito sigiloso da Polícia Federal; a suposta divulgação de notícias inverídicas, fake news; o suposto envolvimento em milícias digitais; e o suposto envolvimento em atos antidemocráticos no ano de 2019”, disse Mauro Cid em depoimento.
Poder 360