Após os primeiros seis meses de governo do presidente Lula, o Brasil tem vivenciado uma dinâmica política peculiar. Diferentemente de governos anteriores, o novo mandato do ex-presidente tem enfrentado uma relativa ausência de oposição popular, principalmente em relação a manifestações públicas. Essa situação tem sido atribuída aos eventos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro de 2022, que levaram os opositores a temerem ser confundidos com vândalos. No entanto, a partir do segundo semestre, é esperado que a centro-direita opositora se organize novamente, possibilitando o retorno dos protestos e, consequentemente, pressionando ainda mais parlamentares e a base já fragilizada do governo Lula.
A ausência de oposição popular nos primeiros meses:
Desde o início do mandato de Lula, observou-se uma falta de mobilização popular contrária ao governo. Diferentemente de gestões anteriores, as manifestações e protestos populares têm sido limitados e pouco expressivos. Esse cenário pode ser atribuído aos atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro de 2022, os quais foram amplamente divulgados pela mídia e geraram uma grande repercussão negativa.
Os eventos de vandalismo ocorridos em janeiro de 2022 deixaram uma marca nas manifestações subsequentes. Muitos opositores ao governo Lula temem que suas ações sejam associadas aos atos violentos e depredações ocorridos naquela ocasião. Essa situação levou a um receio generalizado entre os críticos do governo de serem mal interpretados pela opinião pública, resultando em uma menor adesão aos protestos e manifestações.
Apesar da atual ausência de oposição popular significativa, há indícios de que essa situação possa mudar no segundo semestre da gestão Lula. Com o tempo, espera-se que a centro-direita opositora se organize e recupere sua capacidade de mobilização. Isso pode resultar em uma retomada dos protestos nas ruas, ampliando a pressão sobre os parlamentares e expondo ainda mais a fragilidade da base de apoio do governo.
O retorno dos protestos e manifestações populares trará desafios adicionais para a base governista. Já fragilizada pela falta de apoio popular expressivo, a pressão das ruas pode tornar ainda mais difícil para o governo Lula conseguir a aprovação de suas propostas legislativas. Os parlamentares da base aliada poderão sentir-se mais compelidos a levar em consideração as demandas e preocupações da população, a fim de evitar desgastes políticos maiores.
Junior Melo (advogado e jornalista)