Mika Minio-Paluello nasceu homem, mas se identifica como uma mulher, tendo realizado o processo de transição de gênero. A trans virou alvo de muitos comentários nas redes sociais após uma publicação na qual aparece amamentando seu bebê, acompanhada da mensagem “mulheres trans podem amamentar”.
Na publicação, Mika também conta que amamentou o filho por algumas semanas, antes de ser obrigada a suspender o processo por conta do início de uma quimioterapia.
A história foi contada pela jornalista Milli Hill, no jornal britânico Daily Mail. A trans foi submetida ao protocolo Newman-Goldfarb, desenvolvido em 2000 para mães adotivas, em que o corpo é induzido a gerar leite materno.
“Ele funciona imitando as alterações hormonais que ocorrem naturalmente no corpo de uma mulher que acabou de dar à luz e envolve várias semanas de uso regular de uma bomba para estimular a mama, tomando uma combinação de hormônios contraceptivos e medicamento anti-náusea, o que aumenta os níveis do hormônio produtor de leite prolactina”, informou a reportagem.
Problemas
Há, porém, uma série de problemas ao longo do processo. Segundo a reportagem, “não está claro o que mais há no ‘leite’ de uma mulher trans” e “como as trans provavelmente estão tomando outros medicamentos prescritos como parte de sua transição, como antiandrógenos para diminuir a produção de testosterona, estrogênio e progesterona para ajudá-las a criar uma aparência menos ‘masculina’, os críticos dizem que o leite é potencialmente inseguro para um recém-nascido, ou pelo menos deveria ser rigorosamente testado”, o que ainda não ocorre.
Ainda conforme a jornalista, há muito pouco estudo sobre o assunto, com os números sobre a incidência da prática sendo “difíceis de obter”, mas estimativas que apontam que os números parecem estar aumentando nos últimos dois anos.
“Simplesmente não temos os estudos”, afirmou a professora Jenny Gamble, especialista em obstetrícia da Coventry University, na Inglaterra. “Em última análise, precisamos mudar o foco da questão e perguntar por que essa prática está acontecendo em primeiro lugar. Quais são os benefícios para o bebê ou para a mãe biológica?”
Alerta
Especialistas alertam que o leite materno feminino tem “propriedades que o equivalente masculino simplesmente não pode replicar”.
Definido como uma “substância viva”, ele “se adapta às necessidades do bebê com notável precisão”. Como exemplo é citado o colostro, composto presente no leite materno rico em anticorpos que tem papel fundamental na imunidade e no desenvolvimento do bebê.
Produzido nos primeiros dias de amamentação, ele é “embalado com anticorpos, antioxidantes, vitaminas e nutrientes em quantidades muito maiores”, aponta a reportagem, com sua “produção nunca tendo sido observada em machos”.
Créditos: Revista Oeste.