A polícia da capital do Peru protegia os principais prédios do governo e vias dentro e fora de Lima nesta quarta-feira (19), conforme o governo se preparava para protestos organizados por grupos de esquerda e sindicatos que pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte.
A polícia diz que 24 mil policiais foram mobilizados em todo o país, com 8.000 preparados para proteger a capital de uma chamada “terceira tomada de Lima”. Os organizadores do protesto esperam que milhares de manifestantes comecem a se reunir em Lima nesta quarta.
Os protestos planejados seguem meses de agitação em que 67 pessoas foram mortas em violentos confrontos e bloqueios após a deposição e prisão em dezembro do ex-presidente Pedro Castillo, antecessor de Boluarte.
“Respeitaremos o direito das pessoas de protestar, mas se elas se tornarem violentas, faremos uso racional da força para impor autoridade”, disse o chefe da polícia de Lima, Roger Pérez, à imprensa local.
Jorge Pizarro, porta-voz da Assembleia Nacional dos Povos, um dos organizadores do protesto, disse que as manifestações serão contundentes e pacíficas.
“Não buscaremos um confronto com a polícia”, acrescentou Pizarro.
As demandas são praticamente as mesmas de antes, acrescentou Pizarro. Os manifestantes pedem a remoção de Boluarte, o fechamento do altamente impopular Congresso, que tem maioria de direita, eleições antecipadas e uma nova Constituição.
Boluarte, cuja aprovação pública despencou, está sob investigação preliminar da Procuradoria-Geral do Peru pelos crimes de “genocídio, homicídio qualificado e lesões graves” pelas mortes nos protestos anteriores.
O governo classificou os protestos de uma ameaça à democracia e estendeu o estado de emergência em partes do país.
Os aeroportos de Lima, Arequipa, Cusco e Puno – onde ocorreram alguns dos confrontos mais violentos durante os protestos anteriores – estão restringindo a entrada de pessoas. As aulas presenciais serão suspensas nas escolas de diversas regiões.
O Peru, segundo maior produtor de cobre do mundo, também pode enfrentar interrupções em seu principal corredor de mineração, onde, de acordo com ONGs ambientais, as comunidades apoiarão os protestos.
Créditos: CNN Brasil.