Ministra do Planejamento, pasta a que o instituto está subordinado, diz que irá se encontrar com o presidente na próxima semana e que economista será bem-recebido
— Nada mais justo que atender ao presidente (Lula), independentemente do nome. Acataremos qualquer nome que venha. Agora eu sei o nome dele (Marcio Pochmann) e terei o maior prazer em atender ao presidente Lula. Não faço pré-julgamentos. A conversa será técnica, ele será muito bem-vindo — afirmou.
A indicação de Pochmann foi antecipada pela colunista do GLOBO Malu Gaspar. O IBGE é subordinado ao Ministério do Planejamento, mas a indicação do economista para presidir o instituto teria sido feita à revelia de Tebet.
A ministra se encontrará na próxima semana com Pochmann:
— Confirmei com a Casa Civil, confirmei com o ministro (Alexandre) Padilha, se era o nome do qual eles estavam mencionando. Eles confirmaram que sim. Agora, o próximo passo é, na semana que vem, marcar uma reunião com o economista e professor da Unicamp Marcio Pochmann.
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Quem é Marcio Pochmann?
O economista é presidente do Instituto Lula. Antes disso, nos governos de Lula e Dilma Rousseff ele comandou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em uma gestão que foi marcada por polêmicas.
Primeiro pedido de Lula
Segundo Tebet, esse foi o primeiro pedido feito pelo presidente Lula, desde que assumiu o cargo.
— O presidente Lula não me fez um pedido até hoje, nenhum pedido dentro do Ministério ou fora. Diante disso, nada mais justo, óbvio, de atender o presidente Lula, independente do nome que ele apresentaria, que ele ainda não havia me apresentado — declarou.
A ministra garantiu que o trabalho do economista será técnico à frente do órgão e disse ela ficará no IBGE “enquanto estiver atendendo aos interesses da sociedade brasileira”:
— Eu vou ouvi-lo primeiro. Tem um lado que tem falado bem. Outro lado que tem feito questionamentos. Eu não quero saber do passado, eu quero saber do presente. A conversa será técnica e ele será tratado como técnico e será muito bem-vindo pela nossa equipe — pontou.
O economista Marcio Pochmann, indicado por Lula para comandar o IBGE — Foto: Valor/Foto de Arquivo
Tebet disse que não fará pré-julgamentos em relação ao nome de Pochmann, uma indicação que desagradou a integrantes da Fazenda e do Planejamento e também economistas do setor privado. Ela afirmou que a troca no órgão já era esperada, e que conversou com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o próprio ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sobre o tema.
— Ontem liguei para o ministro Rui Costa e hoje de manhã para o ministro Padilha. Já tem uns 15 dias que estamos conversando no Planalto nas nossas reuniões com a Junta de Execução Orçamentária, de que estava chegando o momento de trocarmos o presidente do IBGE — disse.
Em Brasília, onde participou do lançamento do Censo Quilombola, o presidente interino do órgão, Cimar Azeredo, comentou sobre a troca.
— Sou técnico do IBGE há 42 anos e estou aqui divulgando um Censo e qualquer assunto relacionado ao presidente vocês precisam buscar discutir com o Ministério do Planejamento. Vou continuar no IBGE, sou técnico e diretor. Vamos esperar chegar o novo presidente chegar e entender quais vão ser as decisões dele acerca das equipes — disse.
Tebet falou ao chegar ao Ministério da Fazenda, onde teve uma reunião com o ministro Fernando Haddad sobre bloqueios do Orçamento da União este ano.