O magistrado costumava frequentar a academia do Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília, até que, no ano passado, recebeu um recado inusitado da cúpula do Exército: o local seria fechado para reforma e Moraes não poderia mais se exercitar ali.
Na ocasião, o comandante da Força era Marco Antônio Freire Gomes. A pressão e vigilância de Bolsonaro não era exercida só sobre o general, mas sobre toda a cúpula das Forças Armadas. O ex-presidente buscava subserviência e atuação dos militares contra aqueles que considerava seus inimigos, como Moraes. Bolsonaro chegou a ordenar que militares não se encontrassem com o magistrado, que também assumiu, em 2022, a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O fato de Alexandre de Moraes malhar no local era considerado uma saia justa, na visão de parte do Exército. O ministro deixou de frequentar o espaço. A academia, que tem instalações modernas e foi inaugurada em 2015, não fechou as portas para reforma.
Militares relataram que o general Freire Gomes se arrependeu da proibição e fez chegar a Moraes o recado para voltar à academia. O ministro, porém, não retornou. Recentemente, Moraes chegou a contar o episódio, em tom de brincadeira, para membros das Forças e ouviu que poderia voltar a se exercitar nas instalações do CMP.
O Globo