Parlamentares consideram frase do ministro admissão de crime de responsabilidade
A declaração do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), continua a repercutir entre deputados e senadores, que prometem providências. Em um evento da União Nacional de Estudantes, o ministro disse: “Derrotamos o bolsonarismo.” A oposição já anunciou um pedido de impeachmentcontra Barroso, que teria infringido a Lei dos Crimes de Responsabilidade. Ministros do STF estão proibidos de exercer atividade político-partidária.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez uma postagem dizendo que adotará as medidas cabíveis para saber de que forma foi a atuação de Barroso para a derrota do bolsonarismo.
“Quero ver a redação relativizar o crime de atuação político-partidária do ministro do STF Barroso. ‘Derrotamos o bolsonarismo’ de que forma? Começou com atuação política contra a PEC do voto impresso na Câmara? Precisamos de respostas e vamos tomar as medidas cabíveis”, escreveu Flávio, ao compartilhar um print de reportagem do jornal O Globo com o título “‘Guardiões’ da urna eletrônica’: Ministros do STF dividem tarefas em articulação contra o voto impresso”. Na imagem, estão os ministros Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que a fala de Barroso, contrária à direta, coloca o julgamento do ministro sob suspeição. “No momento em que um magistrado da suprema corte coloca publicamente sua posição contrária à direita, fica claro que suas decisões SEMPRE serão tendenciosas.”
Outro senador gaúcho, Luiz Carlos Heinze (PP), também questionou a fala do ministro sobre a “derrota do bolsonarismo”. “O ministro Barroso que já chamou um cidadão de mané, agora foi a público fazer uma confissão sobre a visível politização do Judiciário. A frase ‘nós derrotamos o bolsonarismo’ é a pérola do dia”, escreveu. E prosseguiu cobrando o Senado sobre um possível processo de impeachment. “Até quando o Senado manterá arquivado meus pedidos de impeachment desse ministro?”
O deputado Bibo Nunes (PL-RS) também defende o impeachment de Barroso pelo “ativismo político” no Congresso da UNE. Ele questionou “o que um Ministro do STF e TSE faz num congresso político da UNE???” E respondeu: “Simplesmente, ativismo político!!!”.
A deputada Chris Tonietto (PL-RJ) também criticou a conduta de Barroso “que confessa publicamente — e com orgulho! — sua atividade político-partidária”. Para ela, o ministro “só pode estar zombando da própria Constituição pela qual deveria zelar”.
Gustavo Gayer (PL-GO)) compartilhou um vídeo com a declaração de Barroso sobre a “derrota do bolsonarismo” e escreveu: “Agora sim Barroso explicou o que é essa tal Democracia Relativa”
Deputados da oposição já anunciaram que vão protocolar um pedido de impeachment de Barroso por exercer atividade político-partidária, prática vedada aos ministros do STF.