Na contramão dos emplacamentos, muito impulsionada pela Medida Provisória 1.175, que dispõe sobre mecanismos de descontos patrocinados na aquisição de veículos zero quilômetro para, entre outros, aquecer o mercado automotivo nacional, a produção brasileira de veículos fecha junho no vermelho.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as montadoras instaladas no Brasil aproveitaram a MP para escoar boa parte do estoque e, com isso, produziram 189.182 unidades em junho, quedas de 17% em relação a maio (227.914) e de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado (203.598.
Apesar de um junho tímido, o acumulado do ano apresenta uma alta de 3,7%. Nos seis primeiros meses, foram produzidos 1.131.968 veículos, contra 1.091.698 unidades fabricadas no primeiro semestre do ano passado.
Entre os veículos leves, os dados são bem parecidos com o geral. Em junho foram 180.204 unidades produzidas, quedas de 17,2% para maio (217.575) e de 3,8% para o mesmo mês do ano passado (187.237), mas alta no acumulado, de 6,8% (1.075.256 contra 1.006.586).
Assim como os emplacamentos, a produção de caminhões e ônibus segue em queda livre. Em junho, foram 8.878 unidades, 13,16% a menos que maio (10.339) e pesados 45,22% em comparação com o mesmo mês de 2022 (16.391). No acumulado, a redução é de 33,36% (56.712 contra 85.103).
De acordo com a Anfavea, além da grave crise pela qual a Argentina passa, o encolhimento de mercados importantes parceiros do Brasil, como Colômbia e Chile, vem impactando negativamente o desempenho dos fabricantes brasileiros no comércio exterior.
Em junho, as montadoras instaladas no Brasil enviaram 36.622 veículos para outros países. Quedas de 17,4% em relação a maio (44.342) e de 22,6% em comparação ao mesmo mês do ano passado (47.315). O acumulado também está no vermelho, com redução de 7,7% (227.217 contra 246.260).