Um grupo de negros de São Francisco, nos Estados Unidos, exige indenização por suposto racismo estrutural. Segundo eles, a política urbana local do século passado os prejudicou.
Entre 1960 e 1970, o governo supostamente forçou moradores do distrito afrodescendente Fillmore, a “Harlem” da costa oeste, a venderem seus imóveis a “preço de banana”. Dessa forma, a população se mudou para regiões relativamente distantes e que consideram periféricas.
“Hoje, essas propriedades valem milhões”, disse Lynette Mackey, de 63 anos e neta de um ex-proprietário de Fillmore, em entrevista à agência de notícias AFP, publicada na sexta-feira 30, ao acusar os EUA de praticarem “apartheid”. “Foi um roubo. Destruíram uma família feliz.”
Grupo contra o racismo estrutural
As queixas de Lynette se deram um dia depois de um grupo multidisciplinar da Califórnia entregar um relatório aos legisladores para reparar o “racismo estrutural”.
Embora o colegiado não tenha estipulado uma quantia específica em dinheiro, propôs uma fórmula baseada em diversas variáveis para calcular o valor das reparações econômicas.
Um afrodescendente de 70 anos poderia receber US$ 1,5 milhão de indenização (quase R$ 7 milhões, na cotação atual), segundo cálculos do relatório.
No documento de mais de mil páginas, a equipe considera que os americanos negros sofreram expropriação e discriminação sistêmica.
São Francisco também criou um comitê para tratar do assunto. Em março de 2023, a instância propôs pagar US$ 5 milhões (R$ 25 milhões, na cotação atual) a cada americano negro — que se qualificasse com condições específicas — e US$ 100 mil (aproximadamente R$ 500 mil reais, na cotação atual), por ano, durante 250 anos como reparação pelo passado escravista.
Créditos: Revista Oeste.