Segundo perfil oficial da artista, ela morreu de causas naturais em sua residência no Rio de Janeiro
Morreu na madrugada desta segunda-feira (24) a cantora Doris Monteiro. Ela tinha 88 anos. A informação foi dada pela página oficial da artista nas redes sociais. “Doris partiu de causas naturais em sua residência no Rio de Janeiro. Mais informações sobre velório e sepultamento serão divulgadas oportunamente”, diz a publicação.
Nascida e criada em Copacabana, adotada por um porteiro e uma dona de casa, Doris começou a carreira jovem, aos 15 anos, em programas de calouros nas rádios, no fim dos anos 1940. Ganhou projeção, no entanto, nos anos 1960 e 1970, recebendo a alcunha de “Diva do Sambalanço”. Foi uma das vozes que marcou no Brasil a transição do sofrido samba-canção para a bossa nova, um gênero mais alegre, de vozes mais suaves e não tão dramáticas.
Ao longo dos mais de 70 anos de carreira, Doris Monteiro gravou mais de 50 discos, interpretando canções de inúmeros compositores como Tom Jobim, Sidney Miller, Billy Blanco, Noel Rosa e Fernando César.
Doris Monteiro começou na Rádio Tupy, em 1951, aos 17 anos de idade e no mesmo ano gravou seu primeiro disco, em 78 rpm, pela gravadora Todamérica, com os sambas “Se você se importasse”, de Peterpan, e “Fecho meus olhos…vejo você”, de José Maria de Abreu.
O canto e a beleza a levaram ao cinema em 1953, quando estreou estrelando o longa “Agulha no palheiro”, de Alex Viany. Ela também cantou a música-tema do filme, que lhe valeu o prêmio de melhor atriz do ano. Seguiram-se atuações em “Rua sem sol”, “Tudo é música”, “Carnaval em Caxias”, “De vento em popa”, “A carrocinha”, “O espetáculo continua” e “Copacabana Palace”, uma produção italiana dirigida por J. Teno, com participação de Tom Jobim (como ator), além de João Gilberto e Luiz Bonfá.
A cantora Doris Monteiro, em 1956, quando foi eleita Rainha do Rádio — Foto: Arquivo
Em 1956, após 3 anos concorrendo, Doris Monteiro foi eleita a Rainha do Rádio e seguiu fazendo incursões na América Latina e na Europa. Com a voz mais encorpada e madura, nos anos 1960 ela começou a enveredar pelo sambalanço, novidade dançante do samba, no qual foi guiada pelos organistas Walter Wanderley e Ed Lincoln.
Em 1966, ela estreou na gravadora Odeon com o LP “Simplesmente”, no qual gravou João Donato (“Muito à vontade”), Chico Buarque (“Meu refrão”) e Francis Hime (“Sem mais adeus”).