Nos seis primeiros meses de governo, o presidente Lula destinou 73% das verbas de publicidade para televisão. Com isso, houve redução do valor para propaganda em mídia estrangeira internet e rádio.
Os dados são Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República e dos ministérios e foram divulgados pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira, 27.
Há dois dias, o jornal já tinha mostrado que, nesses seis primeiros meses do ano, o governo Lula destinou R$ 55 milhões para a TV Globo, R$ 13 milhões para a Record, R$ 12 milhões para o SBT, R$ 5 milhões para a Band e R$ 1 milhão para a Rede TV.
Com o aumento das verbas para TV, o atual governo reduziu as verbas com mídia estrangeira, internet e rádio. Os porcentuais gastos com esse tipo de publicidade foram de 10%, 8% e 7%, respectivamente. No governo Bolsonaro, a lógica era inversa. Nos quatro anos do mandato, as TVs ficaram com 47% do total da verba publicitária; a mídia estrangeira, com 21%; internet, com 18%; e rádio, 12%.
No ranking das 15 empresas que mais receberam verbas de publicidade no governo Bolsonaro, estão as big techs Meta (Instagram e Facebook), Google e Twitter. Sob Lula, Meta e Google, que receberam R$ 2,2 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente, nesses seis meses, permanecem na lista das 15, na qual também entraram TikTok (R$ 1,4 milhão) e Kwai (R$ 600 mil).
Lula também aumentou os gastos com propagandas externas, como outdoors, painéis, ônibus, aeroporto e metrô e com jornais e revistas, segundo a Folha.
De acordo com o jornal, os dados sobre publicidade do governo são apresentados com baixa transparência. Valores pagos por bancos públicos e estatais, como a Petrobras, não são revelados, o que dificulta montar um quadro exato sobre a distribuição das campanhas de mídia.
Em nota, a Secom disse que “não são arrazoados” os comparativos feitos pelo jornal, porque, “além de as confirmações entre grupos/veículos não ocorrerem de forma simultânea e articulada, os grupos mencionados possuem diferentes volumes de veículos em sua composição, dando uma visão distorcida sobre o investimento público em comunicação”.