A jornalista Adriana Reid foi demitida da Rádio Jovem Pan nesta segunda-feira, 10. A apresentadora do Jornal da Manhãcomunicou a demissão nas suas redes sociais.
“Foram quatro anos acordando às 3h da manhã diariamente para apresentar um jornal de quatro horas ao vivo e sem intervalo na Jovem Pan”, escreveu Reid.
Conforme a jornalista, nas últimas semanas, ela conversou com a direção da emissora para que fosse transferida de horário, no entanto, o pedido não teria sido aceito. “Após insistir pedindo transferência de horário optaram hoje pela minha demissão”, explicou.
A apresentadora ainda agradeceu aos colegas de redação. “A sensação é de alívio, a saúde estava em jogo. Obrigada aos colegas queridos e aos que me acompanhavam por lá, vou descansar um pouco e retomar as atividades com mais ânimo e coerência”, finalizou a jornalista.
A jornalista chegou à emissora em 2019. Ela já teve passagens pela Record e pela Band. Adriana Reid ocupava o posto de apresentadora do Jornal da Manhã desde 2020.
MPF pede cassação de concessões da Jovem Pan
O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública, em 27 de junho, para cassar três concessões de radiodifusão dadas à Jovem Pan.
No processo, o MPF acusa a emissora de “alinhamento à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022 até o início deste ano, com veiculação sistemática, em sua programação, de conteúdos que atentaram contra o regime democrático”.
O MPF disse que as condutas praticadas pela Jovem Pan “violaram diretamente a Constituição e a legislação que trata do serviço público de transmissão em rádio e TV”.
Além do cancelamento de três concessões da Jovem Pan, o MPF pede que a Jovem Pan seja condenada a pagar quase R$ 14 milhões em indenização por “danos morais coletivos”. O valor corresponde a 10% dos ativos da emissora apresentados em seu balanço mais recente.
“Também para reparar os prejuízos da programação à sociedade, o MPF pleiteia que a Justiça Federal obrigue a Jovem Pan a veicular, ao menos 15 vezes por dia, entre as 6h e as 21h, durante quatro meses, mensagens com informações oficiais sobre a confiabilidade do processo eleitoral”, diz a peça. “As inserções devem ter de dois a três minutos de duração e trazer dados a serem reunidos pela União, também ré no processo.”
O MPF também quer que a emissora seja proibida de apagar conteúdos de seu canal no YouTube. O órgão pediu à Justiça para determinar à empresa a disponibilização, em nuvem, de um link que contenha a íntegra de todos os vídeos que a Jovem Pan publicou na plataforma no período compreendido na ação, “com organização em pastas e dados sobre o número de visualizações, já que o conteúdo que a emissora disponibiliza no YouTube é, via de regra, o mesmo veiculado em suas transmissões de rádio”.
Por fim, o MPF expediu uma recomendação à Controladoria-Geral da União para que ela instaure um processo administrativo que pode impedir a Jovem Pan de celebrar contratos com a administração pública federal.
A ação civil pública é assinada pelos procuradores Yuri Corrêa da Luz e Ana Leticia Absy.
Revista Oeste