O juiz Tarcísio de Moraes Souza, da 6ª Vara Criminal de Brasília, decidiu colocar o empresário Luiz Carlos Basseto Júnior no banco dos réus por suposta ameaça e incitação ao crime contra o advogado Cristiano Zanin, que está prestes a assumir a cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal.
No centro do processo está episódio ocorrido no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, no dia 11 de janeiro, quando Zanin ainda representava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça.
Basseto Júnior encontrou Zanin no banheiro do aeroporto quando este escovava os dentes. Então chamou o advogado de “vagabundo”, “safado”, “bandido” e “corrupto”.
– Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse – disse Basseto na ocasião. Zanin não reagiu.
Em despacho assinado nesta quinta-feira, 27, o magistrado entendeu que estão presentes ‘indícios de autoria e materialidade’ dos crimes imputados pelo Ministério Público do DF a Basseto Júnior.
Ele tem dez dias para se manifestar sobre as imputações feitas pela Promotoria. O empresário ainda é alvo de uma queixa-crime apresentada por Zanin por supostos crimes contra a honra.
O MP do Distrito Federal entendeu que o empresário ameaçou a vítima Cristiano Zanin Martins de causar-lhe mal injusto e grave, uma vez que lhe disse diretamente: “Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse”.
Além disso, na avaliação da Promotoria, Basseto Júnior incitou, publicamente, a prática de crime, ao dizer que a vítima “tinha que tomar um pau de todo mundo que tá andando na rua”.
AE