Se você está atualizado com as últimas manchetes sobre a disputa China-EUA, sem dúvida saberá que as medidas do governo de Joe Biden para colocar o gigante asiático de joelhos foram essencialmente para evitar as exportações de chips. NVIDIA A100 e NVIDIA H100 – dois componentes principais para tarefas de aprendizado de máquina. Uma coisa que não incomoda tanto os chineses, já que têm outros recursos para sobreviver.
De fato, além do mercado paralelo onde normalmente é possível comprar chips avançados (como os citados acima), existe uma alternativa que não requer componentes físicos. Estamos falando aqui da computação em nuvem, uma solução que nos últimos anos transformou consideravelmente a indústria de tecnologia.
Foi-se o tempo em que, como empresa ou laboratório de pesquisa, você precisava instalar seus próprios servidores ou ter acesso físico a eles. Hoje, podemos usar uma enorme quantidade de recursos de computação remotamente, com serviços de computação em nuvem como Amazon Web Services, Microsoft Azure, IBM Cloud ou até Google Cloud. E é principalmente aqui que os Estados Unidos querem irritar a China.
EUA não quer deixar nada para a China
Diante desse cenário, e de acordo com informações coletadas pelo Wall Street Journal, analistas de segurança nacional dos EUA acreditam que empresas chinesas poderiam ter usado os serviços em nuvem de empresas ocidentais para contornar parte das sanções. No entanto, esta jogada inteligente pode desaparecer em breve, à medida que Washington se prepara para liderar uma nova jogada à custa de novas sanções.
Além das restrições comerciais já impostas, que incluem também complexos equipamentos de fotolitografia para fabricação de chips,o governo Biden está tentando forçar as empresas americanas de computação em nuvem a obter permissão especial antes de oferecer seus serviços com chips avançados para empresas chinesas.
Tudo isso ocorre em um momento em que, como dissemos, continua crescendo o compromisso de oferecer serviços de computação em nuvem orientados à inteligência artificial. A Microsoft, por exemplo, fez parceria com a NVIDIA para criar um novo supercomputador de IA cujo poder pode ser disponibilizado para clientes dispostos a pagar para desenvolver seus próprios projetos.
Por enquanto, resta esperar para ver se essa ação que o Wall Street Journal está sugerindo acabará se concretizando. Por último, a China não ficou de braços cruzados e também usou o seu poderio para desferir vários golpes nos Estados Unidos, por exemplo ao limitar as exportações de certos metais e fechando a porta para a Micron.
Créditos: IGN.