Segundo a Folha, integrantes da legenda discutiram sobre o possível apoio do partido à candidatura de Duda Salabert em Belo Horizonte
Assim como a bancada do PL, que decidiu lavar a roupa suja no WhatsApp após a votação da reforma tributária na Câmara, dirigentes do PT também tiveram uma discussão acalorada no grupo do diretório nacional do partido.
Segundo a Folha de S. Paulo, o motivo do bate-boca foi o possível apoio da sigla à candidatura de Duda Salabert (PDT) à prefeitura de Belo Horizonte em 2024.
Na quarta-feira (5), após compartilhar uma notícia sobre a reunião entre a pedetista e a deputada Gleisi Hoffmann, o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá (foto), afirmou que o partido precisa discutir como ganhar o eleitor da periferia.
“Precisamos rediscutir nossa tática para ganhar o eleitor da periferia. Tirar eleitorado lulista mas conservador nos costumes para voltar pro lulismo. E precisamos discutir seriamente isso. Essa coisa por exemplo de Duda Salabert numa das capitais mais importantes do país precisa ser bem discutida, porque tem efeito nacional”, escreveu.
O comentário fez Quaquá ser acusado de transfobia por Janaína Oliveira, secretária nacional LGBT do PT.
“Em vez de estarmos focados em mudar pensamentos conservadores, você sugere que o PT se adapte e priorize esse ponto. Buscamos lutar contra as opressões e não nos somar a elas. A deputada Duda não é qualquer pessoa, a última votação dela diz muito sobre isso”, afirmou Janaína.
“Quando um vice-presidente do PT tem na linha de sua fala o foco transfóbico escondido em um discurso eleitoral para mim isso, sim, é que se trata de algo grave”, completou.
Quaquá rebateu as críticas, dizendo não aceitar a “adjetivação despolitizada e autoritária”.
À Folha, Quaquá afirmou que a “pauta identitária não pode ser pauta prioritária”.