O governo Lula voltou a usar canais oficiais contra pessoas que discordam da gestão petista. O humorista Carlos Alberto de Nóbrega se tornou o alvo da vez. Isso porque, no início da semana, ele criticou o presidente, por não ter curso formal.
Ao anunciar o Desenrola Brasil (sic), programa de renegociação de dívidas, o PT exibiu uma idosa com a mão no ouvido junto a um banco de praça, em alusão à personagem Velha Surda, do A Praça é Nossa.
O deboche ficou evidente com a palavra “praça” destacada em vermelho, uma citação ao bordão “nome sujo na praça”. No Twitter, internautas interpretaram o anúncio como mais uma reação de Lula às críticas feitas por Carlos Alberto de Nóbrega.
Nome sujo na praça já era. O Governo Federal está lançando um grande programa para renegociar as dívidas de 70 milhões de brasileiros: o Desenrola Brasil!
É para ajudar o trabalhador que se endividou na pandemia, ou até 31 de dezembro de 2022. Saiba mais: https://t.co/9Xz9G6kpty pic.twitter.com/A3l73NKPRu— Governo do Brasil (@govbr) July 5, 2023
Críticas de Carlos Alberto a Lula
Durante o Carlos Alberto de Nóbrega criticou, elogiou o antecessor do petista e discorreu sobre as dificuldades de fazer humor no Brasil, hoje.
Interpelado sobre o que pensa a respeito do chefe do Executivo, disse: “Um homem que não tem um curso ginasial, universitário ou contábil ser presidente da República? Por isso que o país está desse jeito. Eu não sou petista. Não misturo meu trabalho com os meus ideais.”
Nóbrega criticou ainda a visita ao Brasil do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, recebido com honras no Palácio do Planalto.
“Quando o Lula trouxe Maduro e puseram um tapete vermelho para ele, na mesma semana eu botei no A Praça É Nossa o João Plenário”, disse, em referência ao personagem que alude à corrupção.
O apresentador se indignou ainda ao lembrar dos gastos da Presidência, sob Lula. “Ele comprou uma cama de R$ 60 mil”, observou. “É uma afronta.”
Uso de canais oficiais contra adversários
O ataque contra Carlos Alberto de Nóbrega, por meio de canais oficiais do governo, não é o primeiro. Há uma semana, no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, o governo publicou uma imagem, no Instagran, com uma notícia cuja legenda dizia “grande dia”, junto de um emoji de “joinha”. O termo “grande dia” com o emoji é uma referência a um post feito por Bolsonaro no Twitter, em 2019, após Jean Wyllys anunciar que deixaria o Brasil, por supostamente estar sofrendo ameaças de morte.
Créditos: Revista Oeste.