O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta 3ª feira (4.jul.2023) que o Mercosul dê uma resposta “rápida e contundente” para as demandas apresentadas recentemente pela União Europeia em uma carta enviada no contexto da negociação por um acordo entre os 2 blocos.
Em seu discurso na 62ª cúpula de chefes de Estado dos países do Mercosul, Lula afirmou que o documento é “inaceitável”.
Assista (1min58s):
“O instrumento adicional apresentado pela União Europeia em março é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfianças e ameaças de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente resposta rápida e contundente”, disse.
Lula defendeu também que o acordo com os europeus deve ser “equilibrado” e deve “assegurar espaço para a adoção de políticas pública em prol da integração produtiva e da reindustrialização”.
Assista ao discurso de Lula (16min30):
A Cúpula do Mercosul é realizada em Puerto Iguazú, na Argentina. A cidade faz fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná, e com Ciudad del Leste, no Paraguai. O encontro entre os territórios é chamado de “tríplice fronteira”.
O Brasil assume nesta 3ª feira a presidência temporária do bloco, até o fim de 2023. O comando do grupo é rotativo e as trocas se dão a cada 6 meses. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, passará o bastão a Lula durante a cúpula.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante a Cúpula do Mercosul nesta 3ª feira (4.jul.2023) | Divulgação/Planalto – 4.jul.2023
Antes da fala de Lula no encontro, o argentino disse em seu discurso que o pré-acordo fechado com a União Europeia em 2019 foi questionado pela Argentina, enquanto esteve no comando do bloco.
“Temos visão crítica do que foi acordado naquela altura. Foi fruto de esforço muito desigual entre as partes. O Mercosul foi quem mais cedeu, sendo o bloco de menor nível de desenvolvimento relativo nesse acordo”, disse.
No começo da manhã, Lula disse em seu programa semanal “Conversa com o Presidente” que não aceitaria “imposições” da União Europeia.
“Nós não aceitamos a carta. Estamos agora preparando outra resposta, porque vamos a Bruxelas discutir com a UE e os países da América Latina e precisamos ter uma resposta do que nós queremos para consolidar o acordo. Nós queremos fazer uma política de ganha-ganha. A gente não quer fazer uma política em que eles ganhem e a gente perca”, afirmou Lula.
Créditos: Poder 360.