Uma matéria da Folha de S. Paulo publicada na noite de quinta-feira (13), com o título “Venezuela veta observadores da UE em 2024, em mais um ataque a eleições livres” traz diversas ponderações necessárias. Veja a íntegra do texto a seguir:
O líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, um dos principais nomes do chavismo, afirmou nesta quinta-feira (13) que nenhuma missão de observação da União Europeia (UE) terá permissão para acompanhar as eleições de 2024.
A informação foi compartilhada em uma resposta de Rodríguez ao chefe da diplomacia da UE, o espanhol Josep Borrell, durante um longo discurso em uma sessão legislativa.
O chavista alega que o bloco “suplicou” para estar presente no pleito. “Eles [a UE] não voltam porque são grosseiros, colonialistas, representantes dessa Europa imperial ultrapassada, assassina e escravista.”
O anúncio é a pá de cal nas esperanças de eleições livres no país, após o boicote do órgão eleitoral e a inelegibilidade de opositores.
Após 15 anos ausente, em 2021 a UE enviou uma missão à Venezuela para acompanhar as eleições regionais, destacando melhorias na legislação, mas também deficiências a serem superadas.
A missão fez 23 recomendações, incluindo mais autonomia da autoridade eleitoral e o fim das inabilitações políticas de dissidentes.
À época sob intensa pressão internacional, o ditador Nicolás Maduro aceitou também um novo desenho no CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mais democrático. O conselho substituiu um órgão provisório acusado de fraude nas eleições de 2020, quando o Legislativo foi renovado, e de 2018, quando o ditador foi reeleito em votação contestada dentro e fora do país.
Com nova formação, o CNE foi responsável por organizar as eleições de 2021, na qual a oposição teve vitórias tímidas.
Créditos: Folha de S. Paulo.