Em recente entrevista a agência de notícias TASS, Anatoly Zaitsev, CEO da organização sem fins lucrativos “Centro de Proteção Planetária”, expressou preocupações a respeito do desenvolvimento do que chamou de “armas cinéticas” espaciais. Zaitsev, que é membro honorário da Academia Tsiolkovsky de Cosmonáutica, declarou que “é necessário apontar que está surgindo uma oportunidade para testar tais armas”.
Segundo o especialista, há o perigo real do uso militar de “laser e até asteróides, sob o pretexto de criar ferramentas de proteção contra corpos celestes perigosos”.
Zaitsev apontou ainda a potencial incorporação dessas armas nas forças espaciais dos Estados Unidos, que poderiam ter como objetivo estabelecer o domínio do espaço sideral.
Asteroides usados como armas
O especialista russo forneceu informações sobre dois métodos potenciais de emprego de asteróides como armas.
De acordo com Zaitsev, o primeiro método envolve a retenção de informações sobre um corpo celeste perigoso. Nesse cenário, os EUA saberiam de uma ameaça potencial com antecedência, mas não informaria onde ocorreria a queda. Então, nesse caso, os militares americanos se eximiriam da eventual culpa, alegando que não sabiam que o asteroide estaria em rota de colisão.
O segundo método, conforme explicado pelo especialista, é mais realista. Trata-se de modificar deliberadamente a rota de voo de um asteroide para que o objeto colida com o território russo.
O CEO disse que, ao longo de três décadas, os Estados Unidos e outras nações organizaram doze expedições a quatorze asteróides e seis cometas.
Essas missões teriam sido usadas para testar e desenvolver métodos e tecnologias para controlar as trajetórias desses corpos celestes.
Alegações infundadas
No entanto, o EurAsian Times buscou informações de um ex-cientista da ISRO, a Organização Indiana para Pesquisa Espacial. A ISRO é a principal organização espacial da Índia. Pedindo anonimato, o cientista descartou a ideia de “armas espaciais”. Ao jornal, o cientista declarou que as observações de Zaitsev à agência TASS eram “puramente ficção científica”.
Os investimentos para perseguir tais empreendimentos, segundo o cientista, seriam proibitivamente elevados, o que tornaria a ideia inviável.
Fonte: Revista Sociedade Militar.