Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Hospital Heidelberg, na Alemanha, e do York District Hospital, na Inglaterra, chamou a atenção pelo resultado um tanto quanto inusitado: ter uma relação sexual satisfatória —com orgasmo— melhora a congestão nasal e tem efeito semelhante aos sprays nasais com essa mesma função.
Publicada no periódico Ear, Nose & Throat Journal, a pesquisa recebeu recentemente o Prêmio IgNobel —uma paródia feita com o Prêmio Nobel que reconhece, com bom humor, estudos científicos inusitados que “primeiro fazem as pessoas rirem e depois pensar” e é entregue todos os anos em cerimônia na Universidade de Harvard.
Apesar de ter vencido a premiação e do estudo ter uma amostragem pequena, ele foi considerado bem elaborado por seus pares.
Como o estudo foi feito?
Os pesquisadores acompanharam 18 casais heterossexuais em cinco momentos: antes do sexo; logo após o orgasmo; e após 30 minutos, uma hora e três horas da relação ter acontecido;
Os dados só eram computados se ambos chegassem ao orgasmo;
As mesmas medidas foram registradas no dia seguinte após o uso de um spray nasal descongestionante;
Os médicos utilizaram aparelhos específicos para a medição a passagem de ar no nariz dos indivíduos;
O resultado mostrou que a inspiração pelo nariz melhorou de forma significativa e de forma semelhante ao efeito produzido pela aplicação do spray; o efeito, contudo, durou apenas 60 minutos.
Apenas os indivíduos com congestão nasal se beneficiaram após o sexo.
Por que isso é importante?
Embora seja um estudo pequeno e com limitações (alguns participantes não conseguiram “focar” nas medições após o sexo), o estudo é considerado único —os pesquisadores acreditam que não existam outras análises sobre o tema.
A ideia, no entanto, não é nova: em 1897, o médico alemão Wilhelm Fliess já havia levantado a hipótese de que os órgãos sexuais e o nariz tivessem uma ligação. A pesquisa do otorrinolaringologista, que era amigo do psicanalista Sigmund Freud, no entanto, acabou caindo em descrédito.
Mas o estudo atual é mais um indicativo dos benefícios que a atividade sexual proporciona para a saúde. O sexo prazeroso produz uma explosão de substâncias químicas no corpo como endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina, responsáveis pela sensação de bem-estar e relaxamento.
Transar também dilata os vasos sanguíneos, fazendo com que o sangue circule melhor pelo corpo —um ponto positivo para quem tem problemas vasculares. Além do coração, o cérebro também se beneficia, com melhora na memória, concentração e redução do estresse.
Os pesquisadores dizem que agora querem estudar se os mesmos resultados podem ser alcançados com a masturbação, o que poderia representar uma alternativa “natural” aos sprays para quem sofre com a congestão nasal.
Créditos: UOL.