O percentual de eleitores aptos a votar e que exerceram o direito nas eleições gerais deste domingo (23) na Espanha, onde o voto não é obrigatório, ultrapassou 40% já nas primeiras horas após a abertura das urnas. O comparecimento supera o registrado no último pleito, em novembro de 2019, informou o Ministério do Interior do país.
Às 14h (horário de Madri; 9h de Brasília), cinco horas após os centros de votação abrirem, a participação de eleitores era de 40,23%, contra 37,92% da eleição de quase quatro anos atrás, apesar de ser a primeira vez que o pleito foi realizado no meio da temporada de verão no país e com muitos espanhóis de férias.
Esse número não leva em conta o voto por correio, que atingiu um nível histórico nessas eleições: 2,47 milhões de eleitores enviaram suas cédulas até este domingo.
O primeiro dos candidatos à presidência do Governo da Espanha a votar foi o atual mandatário, o socialista Pedro Sánchez, que pediu um comparecimento “histórico” às urnas para que delas seja eleito “um governo forte”.
Depois do meio-dia, Alberto Núñez Feijóo, líder do conservador Partido Popular (PP), de oposição, compareceu a sua seção eleitoral, em Madri, e declarou que hoje “a Espanha pode começar uma nova era”.
Os demais candidatos também já votaram, incluindo a líder da coalizão de esquerda Sumar e segunda vice-presidente do Governo, Yolanda Díaz, que fez um apelo a todos os cidadãos para que não deixem de votar e disse que “hoje estamos apostando em acordar amanhã com mais direitos, mais democracia e mais liberdade”.
Santiago Abascal, candidato do partido de extrema-direita Vox, previu que sua legenda vai obter um resultado “heroico” e incentivou os eleitores a votarem por uma “mudança de rumo” na Espanha.
Um total de 37.469.142 espanhóis está convocado para ir às urnas nessas eleições, dos quais 2,3 milhões vivem no exterior. Dos eleitores residentes na Espanha, 1.639.179 estão aptos a votar pela primeira vez, por terem completado 18 anos desde a votação anterior.
As eleições gerais espanholas, nas quais os representantes do Congresso (350) e do Senado (265) são eleitos diretamente, são realizadas a cada quatro anos, a menos que o chefe do Executivo ordene sua dissolução antecipada, como ocorreu nesta ocasião.
Para aqueles que forem votar neste domingo, 210 mil urnas e 59 mil cabines foram instaladas, e 85 milhões de envelopes foram distribuídos às seções eleitorais. Mais de 90 mil membros das forças de segurança do Estado foram mobilizados para garantir que o processo transcorra sem problemas.
Dois blocos são os favoritos nessas eleições: o conservador, liderado pelo Partido Popular (PP), e o progressista, com o Partido Socialista (PSOE) à frente, ambos tentando obter maioria parlamentar suficiente para formar o próximo governo espanhol.
Se não conseguirem sozinhos, e isso é o que as pesquisas apontam, um desses partidos será forçado a negociar uma aliança com seus extremos ideológicos para obter a maioria: o Vox, no caso do PP e da direita, e a Sumar, no do PSOE e da esquerda.
Fonte: R7.