Nesta segunda-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou, durante a abertura da 3ª Reunião de Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) – UE (União Europeia), em Bruxelas, Bélgica, a necessidade de regulamentação das grandes plataformas digitais. O petista destacou a importância de tratar os crimes cometidos no mundo digital da mesma forma que no mundo físico.
“É urgente regulamentarmos o uso das plataformas para combater ilícitos cibernéticos e a desinformação”, declarou o presidente, ressaltando a necessidade de enfrentar a precarização do trabalho em aplicativos de transporte e entrega de refeições. Ele afirmou que os aplicativos e plataformas não podem ignorar as leis trabalhistas.
Lula falou que a revolução digital apresenta desafios que devem ser enfrentados em conjunto por diferentes países. Ele mencionou a nova legislação implementada pela Europa para regular as “big techs” e a recente aprovação do Canadá de um projeto de lei que obriga as empresas de tecnologia a pagarem pelas veiculações de conteúdos jornalísticos na internet.
No Brasil, há o projeto de lei das fake news, que visa regulamentar as plataformas digitais. No entanto, sua votação foi adiada e não há uma previsão para uma nova discussão sobre o tema.
O texto gerou debates acalorados no país, abrangendo questões como relatórios de transparência, remuneração de veículos jornalísticos, privacidade e segurança de crianças e adolescentes, combate à desinformação e responsabilização das plataformas por danos causados por conteúdos publicitários e divulgação de notícias falsas por robôs.
Lula critica ajudas à Ucrânia e diz que sanções afetam vulneráveis
Ainda em Bruxelas, Lula criticou as sanções de países europeus à Rússia e o financiamento para ajudar a Ucrânia na guerra.
Segundo o petista, o financiamento na guerra deveria ser revertido em investimentos para o combate a fome e a desigualdade nos países. Lula ainda afirmou que as sanções impostas pela cúpula europeia não prejudicam apenas os mais “vulneráveis”.
Desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, países da Europa e os Estados Unidos aplicaram sanções financeiras à Rússia, como a proibição de importação e exportação de produtos. Os países também enviaram armamentos à Ucrânia, como munições e tanques para o exército de Volodymyr Zelensky.
A cúpula europeia chegou a pressionar o petista para colaborar com militares ucranianos, mas a ideia foi rechaçada pelo Planalto. Nos bastidores, Lula articula meios de reunir Zelensky e o presidente russo, Vladimir Putin, para definir um plano de paz entre os países, mas as negociações ainda não avançaram.
IG