Lula teve outra ideia. Agora, o presidente quer um programa de incentivo para baratear eletrodomésticos, a exemplo do que foi o plano com “carros populares”.
Nesta quarta-feira, 12, Lula afirmou que sugeriu ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, um programa do governo federal para oferecer subsídios nos preços dos eletrodomésticos vendidos no país.
“Falei para o Alckmin: que tal gente fazer uma aberturazinha para linha branca outra vez? Facilitar a compra de geladeira, televisão, máquina de lavar roupa”, comentou Lula em evento no Palácio do Planalto. “As pessoas de quando em quando precisam trocar seus utensílios domésticos”, continuou.
Segundo o presidente, “quando a cerveja não está gelando bem”, é hora de trocar a geladeira “velha”, que gasta muita energia. “E, se está caro, vamos baratear, tentar encontrar um jeito”, acrescentou, sobre o preço dos eletrodomésticos.
O petista ainda sugeriu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, para “abrir a mão um pouquinho para gente facilitar a vida desse povo”.
Durante o segundo mandato do petista, em abril de 2009, o Ministério da Fazenda anunciou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos, como geladeira, fogão e máquina de lavar roupa. Inicialmente previsto por três meses, o programa de Lula durou até o fim de janeiro de 2010.
Programa de Lula para baratear carro popular foi um fiasco
O plano do governo Lula de aumentar os incentivos fiscais às montadoras de veículos parece que não surtiu o efeito desejado. Mesmo com o despejo de cerca de R$ 500 milhões em benefícios para automóveis e comerciais leves, o resultado está aquém do esperado pelas fábricas. A Volkswagen está sendo afetada pela situação crítica do setor de automóveis.
O programa de Lula para baratear carros e impulsionar as vendas tem passado longe da real necessidade do setor. Até o momento, do valor total liberado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, cerca de R$ 420 milhões já foram utilizados. Os descontos patrocinados pelos cofres públicos vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, mas muitas empresas têm aplicado margens maiores por conta própria.
Samuel Pessôa, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), considera a estratégia anunciada pelo governo Lula um “desastre”. Para o economista, o programa deveria focar em exportações — e não no mercado interno.
“Eu eliminaria o requerimento de conteúdo nacional e deixaria trazer peças de fora e montar o carro no Brasil, mas com meta de exportação”, explicou o pesquisador da FGV, em entrevista publicada pelo jornal Estado de S. Paulo, em maio. “Qualquer política pública deveria ter como meta forçar as montadoras a acessarem o mercado internacional.”
Revista Oeste