A Coreia do Norte roubou mil carros Volvo da Suécia na década de 1970.
Ainda hoje, Pyongyang exibe antigos carros soviéticos e europeus, em meio a alguns veículos de luxo importados e modelos modernos da China. Entre eles, há carros da Volvo, do modelo sedã 144, do ano de 1973.
Os carros são sobreviventes da frota de mil veículos Volvo 144 comprados pela Coreia do Norte, na década de 1970. O pagamento pelos veículos, no entanto, nunca ocorreu.
Como a Coreia do Norte deu calote na Suécia pela compra dos carros da Volvo
Na década de 1970, a Coreia do Norte ainda podia contar com dinheiro da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Além de estar cheia do dinheiro soviético no bolso, a ditadura da Coreia do Norte também estava com sua indústria crescendo.
Por causa disso, a Suécia foi convencida a investir no país comunista. Em 1974, o governo sueco enviou mais de US$ 70 milhões em maquinário pesado e o lote de mil carros Volvo 144, que deveriam ser usados como táxis.
Um ano depois, a Suécia se tornou o primeiro país ocidental a abrir uma embaixada na Coreia do Norte. Embora os nórdicos ainda mantenham sua diplomacia ativa em Pyongyang, a ditadura de Kim Jong-un nunca pagou pelos veículos.
Nos últimos 40 anos, os juros e as multas sobre a dívida dos carros Volvo adquiridos pela Coreia do Norte ultrapassaram US$ 330 milhões, o equivalente a mais de R$ 1,5 bilhão.
Segundo a organização de mídia norte-americana NPR, a Suécia envia lembretes semestrais à Coreia do Norte sobre a dívida. A Coreia do Norte os ignora. Em 2016, no Twitter, a Embaixada da Suécia em Pyongyang publicou mensagens sobre os carros Volvo “roubados” pela Coreia do Norte.
“Ainda continua forte”, dizia a publicação, com uma foto do veículo. “Um dos Volvos do ano de 1974 ainda não pagos pela República Popular Democrática da Coreia. Correndo como táxi em Chongjin, com quase meio milhão de quilômetros rodados!”