Em política, as desavenças não costumam ser para sempre. Reviravoltas são usuais. Mas nesta semana a linha que separava Jair Bolsonaro de Tarcísio de Freitas virou um fosso. Será preciso um enorme esforço para remendar o estrago feito na relação dos dois.
Bolsonaro e o seu entorno não aceitaram a posição do seu ex-ministro em favor da reforma tributária, como se sabe. E muito menos a entrevista em que o governador apareceu amistosamente ao lado de Fernando Haddad, na quarta-feira.
O estresse ontem chegou ao ponto de Bolsonaro ter vetado a presença de Tarcísio numa reunião fechada marcada para manhã de ontem na sede do PL.
Só após muita insistência de Valdemar Costa Neto Bolsonaro topou que o governador paulista fosse convidado.
O encontro, marcado para às 8h, reuniu Altineu Côrtes, André do Prado (presidente da Alesp), além de Valdemar, Bolsonaro e Tarcísio discutiu a votação da reforma tributária. Na reunião, que se prolongou por duas horas, Bolsonaro pregou o adiamento da votação. Tarcísio discordou.
Depois, no encontro público à tarde, com as bancadas federais do PL, o clima de guerra contra o governador ganhou mais musculatura, sobretudo com os discursos de contestação a ele que se espalharam pelas redes.
A ponto de, no fim do dia, o entorno de Bolsonaro quase que em uníssono passar a chamar assim o governador: “Tarcísio é o novo Doria”, ou seja, um “traidor”.
O Globo