A discreta nota do Exército Brasileiro sobre os exercícios conjuntos, obtida em primeira mão pela Revista Sociedade Militar, em 30 de junho, vem após as muitas críticas feitas pela sociedade por conta da força terrestre brasileira realizar exercícios militares ao lado de militares submissos ao governo reconhecidamente ditatorial da América Central.
OEA e ONU tem reiteradamente criticado as afrontas aos direitos humanos perpetradas por Ortega e a reclamação principal observada nas críticas dirigidas contra o Exército é o fato de que a situação parece não incomodar as Forças Armadas associadas à Conferência dos Exércitos Americanos, que são liderados pelo Brasil.
O Centro de Comunicação Social do Exército diz na sua nota que o Brasil tem um Exército que atualmente lidera os militares da América Latina em questões como desafios à ameaças que afetam segurança e estabilidade na região: “CEA, vem cumprindo seu papel de liderança no processo de expansão da cooperação e da integração no enfrentamento dos desafios e das ameaças que podem afetar a segurança e a estabilidade de todos os países do continente americano“.
O Brasil assinou no dia 23 de junho uma resolução na OEA, onde a instituição reconhece afrontas aos direitos humanos no país, onde se reconhece que mais de 3 mil organizações de assistência tiveram seus direitos cassados na Nicarágua e há seguidas denúncias de perseguição contra religiosos, fechamento de locais de cultos entre outras situações absurdas.
O Centro de Comunicação Social informa que a Operação Paraná III é uma das atividades previstas pela Conferência dos Exércitos Americanos (CEA), Organização Internacional que possui vinte e três Exército Membros, dois Exército Observadores, duas Organizações Militares Observadoras e dois Observadores Especiais.
A CEA, atualmente, é presidida pelo Exército Brasileiro (biênio 2022-2023) e realiza o planejamento dos seus exercícios por fases. No ano passado, a primeira fase da Operação Paraná III foi realizada no município de Cascavel-PR e estiveram presentes, além do Brasil, doze exércitos estrangeiros, em um quadro de simulação construtiva, com objetivo de ajuda humanitária em caso de desastre natural.
Atualmente, está se desenvolvendo a Operação Paraná III – 2ª Fase na região de Foz do Iguaçu-PR, que utilizará a simulação viva, visando aprimorar as capacidade operacionais, em um quadro de ajuda humanitária. A operação contará com a participação de militares do Exército Brasileiro e delegações das Forças Armadas de 16 (dezesseis) integrantes da Conferência dos Exércitos Americanos (CEA): Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai, Estados Unidos da América (EUA), Nicarágua, Argentina, Espanha, Guatemala, México, Panamá, Peru, República Dominicana (15 países membros) e JID (Junta Interamericana de Defesa – Organismo Internacional integrante da CEA). Destes participantes, apenas os seguintes participarão com tropas: Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos da América (EUA).
O Exército Brasileiro, na qualidade de presidente da CEA, vem cumprindo seu papel de liderança no processo de expansão da cooperação e da integração no enfrentamento dos desafios e das ameaças que podem afetar a segurança e a estabilidade de todos os países do continente americano.”
Créditos: Sociedade Militar.