Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia do governo Jair Bolsonaro, revelou que, se o ex-presidente tivesse conseguido se reeleger, a Petrobras seria privatizada em sua segunda gestão.
O ex-ministro proferiu a declaração em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira, 13.
Sachsida explicou que havia várias propostas de como privatizar a Petrobras, mas a equipe do governo estudava uma maneira de dar sequência a esse processo por meio de uma competição nos setores de petróleo e gás.
“A gente não iria trocar um monopólio estatal por um monopólio privado”, disse o ex-ministro. “Isso iria facilitar e melhorar muito a vida dos brasileiros. No caso do Pré-Sal Petróleo S/A, o processo já estava mais adiantado. Chegamos a enviar ao Congresso um projeto de lei para vender os recebíveis de trinta anos da PPSA, que era uma maneira de privatizar a empresa.”
Sachsida também argumentou que tinha o sinal verde de Bolsonaro para o projeto de privatização da petrolífera.
“Pelo entendimento que tive com Bolsonaro, até o fim do governo, tinha sinal verde para tocar a privatização da Petrobrás”, contou.
Ele acrescentou que esse processo estava em andamento. “Não foi só da boca para fora”, disse. “O primeiro passo foi pedir ao Programa de Parceria de Investimentos (PPI) para começar os estudos sobre a privatização e o conselho do PPI aprovou o nosso pleito.”
Bolsonaro tinha sinal verde de Guedes para privatizar a Petrobras
O ex-ministro disse que seu primeiro ato oficial, ao iniciar a movimentação pela privatização da estatal, foi solicitar ao então ministro da Economia, Paulo Guedes, a inclusão da PPSA e da Petrobras nesse processo.
Porém, com a derrota de Bolsonaro e a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o governo petista determinou a exclusão da Petrobrás, da PPSA e de mais seis empresas, como os Correios, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) do programa de privatizações.