A CPMI do 8 de Janeiro será o destaque da semana no Congresso Nacional, com depoimento do tenente-Coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), marcado para esta terça-feira, 11. Já prevendo que Cid decida ficar em silêncio, governistas consideram chamar a mulher dele a depor sobre as acusações de planos de golpe de Estado. O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) acredita que Mauro Cid tentará ficar calado durante a audiência, uma vez que é um direito assegurado pela Constituição. “A Gabriela, sua esposa, tem mensagens dela chamando as pessoas para participar desta ‘guerra’, como ela mesma diz que foram os atos do dia 8. Logo, ela é uma peça que pode ser sim convocada, mas vai depender da fala do Mauro Cid. Se ele contribuir e falar, não se fará necessária a convocação da Gabriela. Agora, se ele ficar calado e não contribuir, vai estar automaticamente permitindo que a Gabriela seja convocada para prestar esclarecimentos”, disse.
“O tenente-coronel é alvo de investigações da Polícia Federal por outros acontecimentos, no entanto, com a quebra do sigilo telemático pela PF foram descobertas mensagens de cunho golpista”, diz um trecho do requerimento do deputado federal Rafael Brito (MDB-AL), um dos 13 documentos apresentados para oitiva do coronel. O depoimento de Mauro Cid estava previsto para a semana passada, mas foi adiado devido à pauta econômica na Câmara dos Deputados. Assim, foi reagendado para esta terça. Na quinta-feira, 13, os integrantes do colegiado têm uma nova reunião para votação de requerimentos.
Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse que o depoimento de Mauro Cid é uma “cortina de fumaça”. Para o parlamentar, o governo quer desviar o foco da omissão da estrutura de segurança que, segundo ele, permitiu os atos do 8 de Janeiro. Girão questiona o motivo de ouvir Mauro Cid e não o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marco Edson Gonçalves Dias, mais conhecido como G. Dias, que aparece em imagens do Palácio do Planalto no dia da invasão orientando os manifestantes. “Essa blindagem aos poderosos está ficando feia. A CPMI foge o tempo todo ao escopo da iniciativa que é investigar os atos do 8 de Janeiro. O governo desde o início sabota isso. Não quer deixar que a gente investigue”, afirmou.
Créditos: Jovem Pan News.