A 11ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região absolveu por unanimidade o ex-senador e atualmente deputado federal, Aécio Neves (PSDB), em um caso que envolveu uma gravação entregue pelo empresário Joesley Batista, da J&F, ao Ministério Público Federal durante a investigação da operação Lava Jato. Essa nova decisão confirma o veredito anterior da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que já havia inocentado o deputado das acusações feitas em 2017 pelo ex-procurador geral Rodrigo Janot.
Em um vídeo, Aécio Neves comentou sobre a decisão de segundo grau que confirmou sua absolvição e a dos demais réus no processo, mencionando os desafios enfrentados por ele e sua família durante esse período e destacando que, segundo a investigação, foi vítima de uma armadilha feita por aqueles com um projeto político.
O político mineiro colocou seu nome à disposição para uma ‘convergência ao centro’. “Acredito na política feita como eu sempre fiz”, disse Aécio Neves.
Em junho de 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou uma denúncia contra o ex-senador e atual deputado federal Aécio Neves (PSDB) por corrupção passiva e obstrução de Justiça. A denúncia foi baseada em uma gravação em que Aécio pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS, para pagar despesas com sua defesa na operação Lava Jato.
Menos de um ano depois, em abril de 2018, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) colocou Aécio no banco dos réus. A ação acabou remetida à Justiça Federal de São Paulo após Aécio perder o foro por prerrogativa de função ao deixar o cargo no Senado.
Em março de 2022, a 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo absolveu Aécio e os demais réus do processo. O desembargador federal José Lunardelli, relator do caso, considerou que o Ministério Público Federal (MPF) não foi capaz de demonstrar a conexão entre os valores recebidos e o exercício da função parlamentar pelo então senador. Os desembargadores Fausto de Sanctis e Nino Toldo acompanharam o entendimento do relator.