Preso há mais de 70 dias, Mauro Cid passou a terça-feira (11) sentado na cadeira elétrica da CPMI do 8 de janeiro. Seguindo recomendações dos advogados, não respondeu aos questionamentos dos parlamentares.
Antes de iniciar o interrogatório, porém, ele falou por alguns minutos, lendo um texto preparado por sua defesa. Falou de sua finada carreira como militar, apresentou detalhes do que seria a função de um ajudante de ordens presidencial e reservou espaço para a leitura do parecer da PGR, revelado por VEJA, que confrontou Alexandre de Moraes há alguns dias.
O material elaborado por Lindôra Araújo tem 25 páginas. Cid pescou um pequeno trecho especialmente duro do texto da procuradora endereçado a Moraes: “Por fim, saliente-se que finalidades que já se entendiam vedadas passaram a contar com disposição expressa, por se considerar que a segregação cautelar não pode ser determinada como antecipação de cumprimento de pena, como decorrência imediata de investigação/deflagração de ação penal, do que resulta proibida a chamada ‘prisão para averiguações’”.
Em bom português, Cid não quis responder perguntas, mas deixou claro que se sente um preso ilegal, sujeito a velhos nada democráticos, as prisões para averiguações, e que sofre “antecipação de pena”. Um recado a Moraes, afinal.
Créditos: VEJA/RADAR (Robson Bonin).