Parlamentar desagradou partido após posar para fotos ‘fazendo o L’ ao lado de ministros de Lula
Após a repercussão do vídeo, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) pediu a prisão preventiva do então empresário por porte ilegal de arma de uso restrito.
— Vamos ver se ele tem cócegas agora — dizia uma voz ao fundo da gravação, enquanto o empregado tentava se proteger, e outros homens riam da suposta brincadeira.
Segundo a defesa do parlamentar, o vídeo teria sido gravado oito meses antes da prisão. O deputado ficou sete dias na Penitenciária Industrial Regional do Cariri (PIRC), localizada no município de Juazeiro do Norte, e foi solto após um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STJ). Na decisão, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca levou em consideração os argumentos da defesa.
“Na verdade, ao que consta, o ilícito penal em apuração ocorreu em janeiro do ano passado. Logo, sem outros dados novos, não está presente sequer o aspecto da contemporaneidade”, afirmou o magistrado, alegando ainda a “não indicação de fatos novos para justificar a custódia”.
Yury do Paredão ganhou novamente os holofotes na última semana após posar ao lado de ministros do governo Lula fazendo gesto de o ‘L’, que tem como significado o apoio ao atual presidente, mesmo sendo filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após a divulgação das imagens, o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, anunciou que pediu a abertura de um processo interno para expulsar o parlamentar do partido.
“Solicitei ao Diretório do PL no Ceará a abertura do processo de expulsão do deputado federal Yury do Paredão. Ao que tudo indica, o parlamentar licenciado parece não comungar com os ideais do Partido Liberal”, escreveu Valdemar no Twitter.
— O problema não é tirar fotos com ministros do governo. O problema é não estar alinhado com nosso partido — acrescentou o dirigente do PL ao GLOBO.
Recentemente, há duas semanas, o parlamentar pediu licença do seu mandato. Para a Câmara dos Deputados, ele solicitou nesta quarta-feira o afastamento por quatro meses para “tratar de interesse particular”.
Em maio deste ano, Yury do Paredão desagradou os dirigentes do partido ao comparecer a um evento com Lula. Desde o início de seu mandato, o parlamentar fez acenos ao governo federal. Em fevereiro deste ano, quando o Planalto articulava para evitar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos ataques golpistas do dia 8 de janeiro, ele chegou a retirar sua assinatura do requerimento.
O Globo