O retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder tem despertado discussões sobre os possíveis rumos da esquerda brasileira. Com uma conjuntura política favorável, incluindo a maioria no Senado e a possibilidade de trabalhar em conjunto com o Supremo Tribunal Federal (STF), o governo Lula busca implementar as pautas que não foram totalmente concretizadas durante seus mandatos anteriores, com especial foco nas questões identitárias. No entanto, é importante considerar que esse cenário pode mudar após as eleições de 2026, quando haverá uma renovação de dois terços do Senado, potencialmente impactando as políticas socialistas a serem implementadas.
O retorno de Lula ao poder, aliado ao fato de a esquerda ter maioria no Senado, cria uma situação propícia para a implementação de medidas alinhadas às pautas socialistas e tenta encaixar as progressistas para agradar a ala desse movimento. A parceria com o STF permite uma maior margem de ação, uma vez que decisões do Congresso podem ser revertidas judicialmente sem interferência direta da Casa Legislativa. Isso proporciona uma oportunidade única para o governo Lula avançar em suas propostas, incluindo as relacionadas às questões identitárias.
Apesar das vantagens atuais, é necessário considerar o panorama político a longo prazo. Em 2026, haverá uma renovação de dois terços do Senado, o que pode resultar em uma mudança na correlação de forças políticas. Se a atual tendência de fortalecimento da direita continuar, é possível que um futuro governo, mesmo não sendo de direita, enfrente um Congresso mais voltado para pautas conservadoras. Isso pode dificultar a indicação de ministros do STF com uma ideologia mais alinhada às políticas progressistas e socialistas.
Para garantir a sustentabilidade das políticas que quer implantar, é essencial que a esquerda busque construir consensos e alianças tanto dentro como fora do Congresso. O diálogo com diferentes atores políticos e a sociedade civil organizada podem fortalecer a legitimidade e a viabilidade das medidas propostas. A busca pelo equilíbrio entre avançar em pautas identitárias e contemplar demandas econômicas e sociais é fundamental para o sucesso do projeto de governo.
O retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder tem despertado discussões sobre os possíveis rumos da política externa brasileira. Particularmente, têm sido levantadas questões sobre as parcerias internacionais que Lula poderia buscar, incluindo a possibilidade de aproximação com países como Venezuela, Nicarágua e uma aliança com a China, em detrimento dos Estados Unidos. Além disso, especula-se sobre a intenção de auxiliar países como Cuba e Argentina.
É importante ressaltar que a política externa de um país é resultado de uma série de fatores complexos e influenciada por interesses econômicos, diplomáticos e estratégicos. Os governos frequentemente buscam estabelecer parcerias que promovam o desenvolvimento econômico, fortaleçam a posição geopolítica e busquem soluções conjuntas para desafios globais.
Desse modo, o Brasil pode está trilhando um caminho tortuoso que levará a ruína econômica tão preservada no governo Bolsonaro e que Lula tem colhido esses frutos do governo anterior, porém, se continuar nessa toada o país sofrerá com a má gestão que se impõe e perderá espaço alinhavado por Bolsonaro como a entrada na OCDE e com a União Europeia, tendo que viver de migalhas do fundo Amazônia ao invés de se tornar a maior potência alimentícia do globo.
Junior Melo (advogado e jornalista)