A General Motors (GM) pode ficar até dez meses sem produzir carros na fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo.
A partir de 3 de julho, tem início um layoff — suspensão nos contratos de trabalho — de cerca de 1,2 mil funcionários. O período pode ser prorrogado por outros cinco meses.
Na unidade, considerada “deficitária”, são produzidos o SUV Trailblazer e a picape S10, cotados para a ganhar novas gerações.
“A GM informa que está negociando com o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos medidas para ajustar a produção à atual demanda do mercado, de forma a garantir a sustentabilidade do negócio”, informou a empresa no começo de junho.
A montadora também paralisou por alguns dias a produção em Gravataí, no Rio Grande do Sul. A unidade é responsável pela montagem da linha Onix, um dos modelos mais vendidos do país nos últimos anos, mas que teve a montagem interrompida justamente no mês de descontos para carros promovido pelo governo federal.
Programa do governo para carros não decolou
Uma imagem do pátio da Volkswagen feita nesta semana chamou a atenção dos internautas. O registro do helicóptero da TV Globo na quarta-feira 28, mostrou milhares de carros na unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
O registro foi feito um dia depois de a Volkswagen anunciar a suspensão das atividades em fábricas de todo o Brasil. A montadora alegou a “estagnação do mercado” como motivo para a paralisação.
A situação escancara que plano do governo Lula de aumentar os incentivos fiscais às montadoras de veículos não surtiu o efeito desejado. Mesmo com o despejo de cerca de R$ 500 milhões em benefícios para automóveis e comerciais leves, o resultado está aquém do esperado pelas fábricas.
De acordo com dados do Registro Nacional de Veículos Automotores, a média de junho até o último dia 19 é de 6,2 mil unidades vendidas por dia. O número, que inclui veículos leves e pesados, indica uma diminuição de 20%, na comparação com o mesmo período de maio.
Créditos: Revista Oeste.