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A barata está entre os insetos que mais causam repulsa e medo nas pessoas. Por isso, a primeira reação ao encontrar uma é matá-la, seja pisando ou usando algum objeto como arma. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), porém, essa prática representa um risco para a saúde, principalmente se for feita dentro da casa.
José Moacir Ferreira Ribeiro, mestre em entomologia —a área da ciência que estuda os insetos —, afirma que, ao esmagar uma barata, fazemos com que ela libere uma grande quantidade de bactérias, fungos, vírus e outros microrganismos. “É pior se for dentro de casa”, diz.
Segundo o especialista, há estudos que associam esse processo a doenças como tuberculose, poliomielite, febre tifoide, conjuntivite, pneumonia, hepatite A e até lepra.
Inseticida é a solução?
A substância também pode prejudicar a saúde de quem o manuseia, seja pela inalação ou pelo contato. Além disso, o inseticida não impede que a barata morta libere contaminantes para o ambiente. O processo ocorre, apenas, de forma mais lenta.
Como matar uma barata de forma segura
Qual é, então, a melhor forma de matar uma barata?
Ribeiro orienta que o inseto seja capturado com um papel, para que seja morto fora de casa e jogado no lixo.
Como nem todo mundo consegue fazer essa captura, seja por medo ou nojo, ele indica outra formas de se livrar do inseto:
- Usando água quente;
- Com álcool em gel;
- Com detergente líquido (lava-louças);
- Com armadilhas com veneno;
- Com gel específico para essa finalidade.
Segundo Ribeiro, essas alternativas não eliminam totalmente o risco de contaminação, mas contribuem bastante para reduzi-lo.
“Em todos os casos a liberação de microrganismos será mais lenta, diferente de quando você esmaga a barata, o que libera os contaminantes de forma mais imediata. O ideal é que, após fazer uso de alguma delas, você descarte logo o inseto morto”, afirma o especialista.
O que fazer para que as baratas não apareçam
Além de matar as baratas que aparecem em casa ou em qualquer espaço frequentado por humanos, é essencial evitar que elas se proliferem. Para isso, é preciso manter os ambientes sempre limpos, sem deixar restos de alimentos expostos.
“As baratas têm a capacidade de perceber, através das antenas, se há alimento nas proximidades. Elas são noturnas e sentem lá no bueiro o cheiro da comida, saindo à noite para ir atrás dela”, diz Ribeiro.
Baratas em todo lugar
As baratas estão presentes em quase todo o mundo, exceto nas camadas mais frias da terra. Estima-se que haja mais de 4 mil espécies desse inseto no mundo —só no Brasil há pelo menos 700. A maioria das espécies vive na floresta e não representa risco para a saúde das pessoas porque não tem contato com agentes contaminantes.
A espécie mais comum no Brasil é a periplaneta americana. Ela é conhecida como barata vermelha, de esgoto ou doméstica, e é encontrada frequentemente nas residências.
Com a modernidade e a construção das grandes cidades, algumas espécies começaram a migrar para as habitações humanas. Isso acontece, segundo ele, porque há um ambiente propício para sua permanência e reprodução, com lugares úmidos e alimento à disposição.
“Essas baratas se adaptaram muito bem às cidades, se refugiando em esgotos, bueiros, lixeiras e fossas sanitárias. Por conviverem com o homem, elas acabaram se adaptando também aos hábitos humanos, encontrando alimento à disposição”, diz Ribeiro.
Créditos: UOL.