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A Polícia Civil informou que a influenciadora Yeda de Sousa Freitas e outros quatro presos em uma operação que investiga um homicídio tiveram as prisões prorrogadas pela Justiça. Além de Yeda, os mandados de prorrogação da prisão foram cumpridos contra Antônio Luiz de Souza Filho, José Camilo Pereira Bento, Mateus Barbosa da Silva e Getúlio Júnior Alves dos Santos. O assassinato aconteceu em março de 2022, em Goiânia.
A polícia cumpriu os novos mandados na sexta-feira (16). O g1 não conseguiu localizar a defesa de José Camilo Pereira Bento, Mateus Barbosa da Silva e Yeda de Sousa Freitas para um posicionamento até a última atualização desta reportagem. A reportagem entrou em contato com a defesa de Leandro Silva Rodrigues, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. As informações são do G1.
Ao g1, a defesa de Antônio, apontado como executor do crime, informou que vai demonstrar a inocência de seu cliente e que ele “não teve qualquer participação” no assassinato (veja nota completa ao fim da reportagem). “Meu cliente não tinha qualquer animosidade com a vítima”, disse o advogado Welder de Assis Miranda.
Apesar da defesa de Antônio alegar que seu cliente não foi interrogado, a polícia afirma que o interrogatório aconteceu por meio de uma vídeoconferência, uma vez que o suspeito está preso em Teresina, no Piauí.
Já os advogados de defesa de Getulio Junior Alves Dos Santos, Jean Fillipe Alves e Victor Hugo Leite, disseram que o cliente “não fez ou faz parte de qualquer organização criminosa, bem como não se associou com os demais suspeitos para a prática de crimes”. Além disso, disse que Getúlio não conhecia a vítima e que não tinha motivos para buscar a morte dela (veja nota completa ao fim da reportagem). “Getúlio apenas se encontra nesta situação por conhecer um dos outros suspeitos e ter “andado” no veículo deste”, completou.
O delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, afirmou que a vítima foi morta por causa de uma dívida de R$ 250 mil da compra da central de distribuição de cocaína, que Yeda era beneficiada financeiramente.
Esquema de tráfico de drogas
O delegado detalha que Antônio, de 26 anos, também conhecido como Toinzinho, comprou da vítima um comércio denominado “Empresa Cola”, que seria uma central de distribuição de cocaína, por R$ 250 mil e combinou o pagamento em parcelas semanais de R$ 6 mil.
“O comércio era central de distribuição de cocaína por pedidos online, que eles chamavam de Empresa Cola. Os usuários de uma lista de confiança pediam a droga por WhatsApp e eles entregavam. Era uma atividade sistematizada, processo de vendas criado por uma empresa”, explica.
Após a compra, o pagamento de algumas parcelas da dívida eram feitos da conta bancária de Yeda, de 30, para a de Douglas ou de familiares dele. “A influenciadora era beneficiária financeira do esquema de venda de cocaína”, afirma. Entretanto, Antônio teria planejado o crime para deixar de pagar a dívida.
O suspeito teria prometido quitar a dívida dando um carro para Douglas Henrique Silva como parte do pagamento e, no dia seguinte, iria passar o restante do valor. “Ele de fato entregou o veículo para a vítima”, diz. Douglas encontrou Toinzinho no dia 14 de março de 2022, por volta de 19h, no Jardim Atlântico, e foi morto a tiros.
Qual a participação de cada um no crime?
Segundo a polícia, as investigações apontaram que o namorado da influencer, Antônio, seria o executor do crime. “Não tinham testemunhas ou câmeras no local, mas nós localizamos o carro e encontramos vestígios de sangue da vítima. Toda a dinâmica confirmada se confirmou com a prova pericial”, afirma Alfama.
O delegado disse que Yeda acompanhou o namorado no dia em que ele teria matado a vítima. Além disso, afirma que a conta bancária da influencer era utilizada para pagar as dívidas. “Ela também fazia os pagamentos da central de distribuição de cocaína e recebia parte do lucro das vendas”, afirmou.
De acordo com o investigador, Leandro teria emprestado o carro para Antônio enganar a vítima. “Apesar de alegar que não viu Toinzinho no dia do crime, funcionários de uma oficina reconheceram que eles foram juntos deixar o carro para reparo após a ocorrência do crime”, detalhou.
A polícia apontou que José estaria no local no momento do crime. Ele também teria feito buscas no Google acerca de “como apagar impressões digitais”, “quanto tempo dura impressão digital em objeto”, “duração de inquérito policial que apura crime de homicídio”, entre outras pesquisas.
Por fim, informou que Getúlio tem as mesmas características físicas do suspeito de acompanhar Antônio quando ele foi a casa de Leandro buscar um carro para ir matar Douglas. “Verificou-se que ele também atua no tráfico de drogas e é membro da facção criminosa liderada por Antônio”, destaca.
Nota da defesa de Antônio na íntegra:
“A defesa vai demonstrar a inocência do mesmo, tendo em vista que ele não teve qualquer participação. Seja como executor, seja como mandante, uma participação indireta, pelo contrário. A vítima era uma pessoa problemática e que tinha vários desafetos. A vítima era traficante de drogas. Meu cliente não tinha qualquer animosidade com a vítima, ou seja, desde o dia que aconteceu o fato até a presente data não foi juntado uma interceptação telefônica do Antônio querendo a morte da vítima, do Antônio perseguindo. Não tem isso. O Antônio se encontra preso em outro estado, mas sempre esteve à disposição da autoridade policial, bem como do Poder Judiciário para elucidar qualquer dúvidas sobre esse fato. O delegado não intimou ele nenhuma vez. Seja para ser interrogado ou para ser inquerido. A defesa impetrou um habeas corpus perante o Tribunal de Justiça e aguarda julgamento. Se caso ele for denunciado pelo Ministério Público no decorrer da instrução processual, a defesa irá demonstrar todas as falhas processuais, porque a autoria não está devidamente comprovada. A defesa acredita em uma impronúncia, que ele não seja submetido a julgamento perante tribunal do júri.”
Nota da defesa do Getúlio na íntegra:
A defesa técnica do Sr. Getúlio Junior Alves dos Santos, frente as notícias vinculadas nos meios de comunicação, vem esclarecer que os fatos alegados serão devidamente esclarecidos no bojo do inquérito policial e do processo judicial. Contudo, cabe registrar que o ora Acusado não fez ou faz parte de qualquer organização criminosa, bem como não se associou com os demais suspeitos para a prática de crimes. Cogente consignar que o Acusado não conhecia a vítima, muito menos tinha qualquer motivo para desejar ou buscar a morte dela. O Sr. Getúlio apenas se encontra nesta situação por conhecer um dos outros suspeitos e ter “andado” no veículo deste. Importante frisar que, até o momento, o Acusado colaborou com tudo quanto lhe foi solicitado. Quanto a prorrogação da prisão temporária, a defesa entende que isto apenas demonstra que as investigações não traduzem qualquer certeza quanto a particiapção do Sr. Getúlio, já que, do contrário, a Autoridade Policial teria requerido a prisão preventiva e não a prorrogação da prisão temporária.
Créditos: G1.