Foto: Andruey Luiza
No dia 1º de janeiro deste ano, Ivan Baron fez parte do grupo que subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado do presidente Lula. O ativista potiguar, de apenas 24 anos, representou as pessoas com deficiência, e também a comunidade LGBTQIA+. Baron já tinha quase meio milhão de seguidores no Instagram, mas, naquela tarde, se tornou conhecido nacionalmente.
“Eu furei várias bolhas que ainda existiam, e que dificultavam o meu trabalho”, contou ele ao F5 no São João da Thay, o evento beneficente organizado pela influenciadora Thaynara OG em São Luís (MA). “Falo sobre inclusão e sobre a luta anticapacitista, mas para um público muito fragmentado. Subindo aquela rampa, eu consegui atingir todas as camadas sociais, e dei visibilidade para os deficientes físicos. Nós somos a maior minoria de todas.”Ivan, que foi convidado para a cerimônia de posse pela primeira-dama Janja, começou a militar na internet em 2018. “Eu não me via representado nas lutas pelos direitos humanos. Sempre que o movimento progressista ia falar, davam voz a alguém branco, hétero, cisgênero. Colocavam as pessoas com deficiência no local do “etc.”. Eu disse, não, gente, nós precisamos ser vistos.”
O influenciador nasceu sem nenhum tipo de deficiência, mas contraiu meningite aos três anos de idade. Uma das sequelas da doença foi a paralisia cerebral – que, apesar do que o nome sugere, não afeta as capacidades mentais, só as motoras.
Nesta quarta-feira (7), foi divulgado um vídeo em que nomes como Mateus Solano e Thiago Lacerda se dizem decepcionados com Lula, a quem apoiaram durante a campanha eleitoral, por causa do possível desmanche de políticas ambientais.
Perguntado, Ivan Baron não declarou apoio explícito aos artistas, mas defendeu o direito de criticar o presidente. “Na primeira entrevista que dei para um grande veículo de comunicação, eu já afirmei: ‘Olha, eu subi a rampa com o Lula. Mas eu não quero que essa subida seja apenas representativa, apenas um símbolo para ser usado em campanha eleitoral. Todos nós que subimos a rampa, representando minorias, devemos e podemos cobrar o presidente, sempre que nos sentirmos ofendidos ou ameaçados.”
Folha