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Especialistas, executivos, cientistas e outras personalidades assinaram declaração divulgada nesta terça-feira (30/05) pelo Center for AI Safety (CAIS), uma entidade que reúne vários grupos em nome da segurança na área da inteligência artificial (IA), alertando para as potenciais ameaças que essas novas tecnologias podem representar.
“Mitigar os riscos de extinção pela IA deve ser uma prioridade global, ao lado de outros riscos em escala social como pandemias e guerras nucleares”, afirma a frase única que compõe a declaração.
O texto de apresentação da mensagem – duas vezes mais longo do que a própria declaração – afirma que especialistas em IA, jornalistas, tomadores de decisões e o público geral “discutem cada vez mais uma ampla variedade de riscos importantes e urgentes da IA”.
“Mesmo assim, pode ser difícil expressar preocupações sobre alguns dos riscos mais graves da IA. A curta declaração tem como objetivo superar esse obstáculo e abrir discussões”, afirma o texto de apresentação.
“Da mesma forma, visa criar conhecimento comum sobre o grande número de especialistas e figuras públicas que também levam a sério alguns dos riscos mais graves da IA.”
Signatários ilustres
Entre as personalidades que assinam a declaração estão dois dos três pesquisadores considerados os “padrinhos” da IA, Geoffrey Hinton e Yoshua Bengio, cujos nomes fora colocados no topo da lista de signatários.
O terceiro deles, Yann Le Cun, que atualmente trabalha para a empresa administradora da rede social Facebook, a Meta, não assinou a declaração.
Outros signatários de peso são os CEOs do DeepMind do Google, Demis Hassasbis, além de Sam Altman, da OpenAI – a empresa criadora da ferramenta ChatGPT –, juntamente com Dario Amodei, diretor-executivo da companhia da IA Anthropic.
Também assinaram o texto vários acadêmicos e empresários, muitos dos quais trabalham em empresas como Google e Microsoft, além de personalidades como o neurocientista e apresentador de podcast Sam Harris, a ex-presidente da Estônia Kersti Kaljulaid e a cantora pop canadense Grimes. Esta úlltima é mãe de dois filhos do bilionário Elon Musk, que em março, junto de outros especialistas do setor tecnológico, já havia pedido uma “pausa na inteligência artificial”, alertando para “grandes riscos para humanidade”.
A declaração foi divulgada na mesma data de uma reunião do Conselho EUA-União Europeia de Comércio e Tecnologia na Suécia, onde políticos e expoentes do setor de tecnologia debatem possíveis regulamentações da IA dos dois lados do Atlântico.
Nesta terça-feira, autoridades da UE disseram que o chefe do setor tecnológico do bloco dos 27 países, Thierry Breton, se reunirá pessoalmente no próximo mês com Sam Altman, da OpenAI, em San Francisco, nos Estados Unidos. Ambos discutirão de que forma a empresa deverá implementar a primeira tentativa de regular a IA na Europa, que deve entrar em vigor em 2026.
Apesar de ter defendido recentemente em várias ocasiões a necessidade de se impor um regulamentação da IA, Altman ameaçou remover sua empresa da Europa na primeira vez em que Bruxelas sinalizou essas iniciativas, dizendo que as propostas iam longe demais. Mais tarde, ele acabaria retrocedendo.
DW