João Maia, há 21 anos, recebeu a missão de transformar o “nanico” PL/RN em um partido pujante. Recebeu das mãos do deputado Vivaldo Costa a missão que agarrou com unhas e dentes. Estruturou o partido, cooptou políticos importantes para fortalecer as bases e trilhou um caminho vitorioso, sem perder uma disputa, estando à frente do PL. Chegou em 2022 com sua segunda maior missão: abrigar as nominatas pró-Bolsonaro em um estado onde a esquerda tinha o domínio da situação.
Acolheu o, à época, ministro Rogério Marinho e todo o plantel de candidatos que abraçaram o projeto do presidente Bolsonaro. Adequou posições, remanejou candidatos e, com habilidade política ímpar, trouxe uma vitória fragorosa, onde o PL elegeu 4 deputados federais, dois deles puxados pela impressionante votação do próprio João Maia, além de 4 estaduais. Deu todo o suporte para viabilizar a vitória de Rogério Marinho e deixou a cargo do então ministro a escolha do candidato a governador, que acabou saindo de outro partido.
Mostrou-se um político agregador e pacificou problemas que surgiram com a conjuntura do difícil pleito de 2022. Pois bem, hoje João Maia pode estar encerrando sua missão à frente do PL, mas deixará números que impressionam: com 1 senador da República, 4 deputados federais, 4 deputados estaduais, 18 prefeitos, 17 vice-prefeitos e 176 vereadores. Não é por falta de sucesso que João Maia pode deixar o partido, pois a política é definida por conjunturas.
Rogério Marinho é um político hábil e deve manter a pujança alcançada por João Maia. O grande teste virá já em 2024. Se Marinho conseguir empatar com os números que já existem hoje, sairá vitorioso e estará pronto para catapultar sua candidatura para governador em 2026. No entanto, Rogério Marinho conta hoje com grandes lideranças ao seu lado e não seria surpresa se ele conseguisse aumentar o número e dar uma robustez ainda maior ao partido. Ele só não pode apequenar a legenda, pois isso seria visto como um sinal de alerta em Brasília para 2026. Nada está definido.
João terá uma conversa definitiva com Waldemar da Costa Neto, presidente nacional da legenda, hoje (14) às 17 horas. Pode continuar à frente do partido no RN ou alçar uma posição nacional na legenda.
Em último caso, poderá pedir uma carta de alforria para seguir seu caminho em outro partido. Isso seria ruim para a legenda, tendo em vista que o PL perderia um deputado federal, o que impactaria nos recursos do partido, e um deputado a menos na oposição a Lula. Quem viver verá esse dia de grandes emoções e definições.
Júnior Melo (Advogado e jornalistas)