Foto: Sergio Roberto de Carvalho, conhecido como ‘Pablo Escobar brasileiro’, foi preso em Budapeste — Foto: GERGELY BESENYEI/AFP.
Extraditado da Hungria para a Bélgica na última quinta-feira (15), o traficante de drogas Sérgio Roberto de Carvalho, mais conhecido como “Pablo Escobar brasileiro”, é acusado de enviar 45 toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa entre 2017 e 2019, sobretudo explorando brechas dos portos de Natal (RN) e de Paranaguá (PR).
Carvalho, de 64 anos, estava detido em Budapeste desde 21 de junho do ano passado, quando foi preso usando documentação falsa na capital húngara. Sua extradição aconteceu sob forte esquema de segurança.
O brasileiro foi transportado da penitenciária com algemas e cinto de segurança em um comboio policial para o Aeroporto Internacional Liszt Ferenc, em Budapeste. Ele foi escoltado por agentes da Unidade de Contra Terrorismo da Hungria, e acompanhado por policiais que estava em um helicóptero.
As autoridades húngaras entregaram Carvalho à polícia belga em uma parte fechada do aeroporto. Ele foi levado para Bruxelas em um voo privado. O brasileiro está em uma unidade de segurança máxima na Bélgica.
Além da Bélgica, Carvalho teve outros dois pedidos de extradição feitos ao governo húngaro por Brasil e Estados Unidos, segundo o Ministério da Justiça. A pasta brasileira diz que formalizou o pedido no dia 18 de julho do ano passado, mas ressaltou que entende que a Hungria é soberana para decidir qual dos três pedidos deveria ser cumprido prioritariamente.
Ex-policial militar
O “Escobar brasileiro” é ex-policial militar. O major, que só foi expulso da corporação cerca de 12 anos após sua primeira condenação. Em 1998, ele foi condenado a 15 anos de prisão por transportar 237,3Kg de cocaína e, em 2019, em novo julgamento, a mais 15 anos por ter usado laranjas para movimentar R$ 60 milhões entre 2002 e 2007.
Enquanto foragido, Carvalho usava nomes fictícios e documentos falsos. Quando preso em Budapeste, ele apresentou uma identidade mexicana.
Na Espanha ele vivia sob o nome de Paul Wouter e se apresentava como um rico cidadão do Suriname que morava em uma luxuosa mansão de dois milhões de euros, em Marbella. Foi quando ele simulou a própria morte por Covid-19. A polícia, de acordo com reportagem do “El País”, suspeitou ao descobrir que a certidão de óbito era assinada por um esteticista.
O golpe do simulacro de morte de Paul Wouter foi a solução encontrada pelo traficante brasileiro para se livrar da justiça espanhola já que, em 2018, havia sido preso junto com outras 20 pessoas em alto-mar com duas toneladas de cocaína. No mesmo ano, ele pagou fiança e foi solto sem que se descobrisse sua verdadeira identidade.
Créditos: O Globo.