Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Conforme o comando, as ações de Lawand ‘não representam o Exército’
O Exército Brasileiro determinou que o coronel Jean Lawand Junior não fosse fardado para depor na CPMI do 8 de janeiro nesta terça-feira, 27. A informação foi noticiada pelo portal G1 que confirmou a ordem com os assessores do comandante do Exército, Tomás Vieira Paiva.
Conforme os assessores, as ações de Lawand “não representam o Exército”. O coronel está depondo nesta manhã na CPMI usando terno e gravata. Normalmente, militares prestam oitiva usando a farda — como o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, que está preso há quase cinco meses e prestou depoimento fardado ao colegiado.
A Polícia Federal encontrou no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, conversas de Cid com Lawand. Nas mensagens, o coronel pediu por diversas vezes que o tenente-coronel convencesse Bolsonaro a decretar um Estado de sítio ou intervenção federal.
“Pelo amor de Deus, que ele dê a ordem”, escreveu Jean, em 1° de dezembro de 2022. “O povo está com ele, cara. Se os caras não cumprirem, problema deles. Acaba o Exército se eles não cumprirem a ordem do ‘comandante supremo’. Faz alguma coisa, Cidão [Cid]. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder, vai ser preso. E, o pior, na Papuda. Não podemos ser racional, é emotivo.”
Na CPMI, contudo, Lawand negou ter solicitado uma intervenção federal. Em nenhum momento falei sobre golpe ou atentei contra a democracia”, disse Lawand aos parlamentares. “Pedi que viesse alguma manifestação do presidente Bolsonaro para que as pessoas pudessem voltar para as suas casas. Queria que Bolsonaro apaziguasse a nação. Não atribuo ao ex-presidente os atentados de depredação, mas acredito que uma manifestação dele faria com que as pessoas que estivessem nas ruas retomassem suas vidas.”
Revista Oeste