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Empresas de redes sociais como Twitter e Facebook podem ser multadas substancialmente de acordo com o novo projeto de lei do governo australiano para reprimir a disseminação de “desinformação” e notícias falsas em suas plataformas, informou o The Age.
De acordo com a proposta apresentada pela Autoridade de Comunicações e Mídia da Austrália (ACMA), as empresas de mídia social serão obrigadas a manter registros mostrando seus esforços para combater a disseminação dessa informação online. Falhas repetidas em fazê-lo poderiam vê-las enfrentando multas fixas na casa dos milhões de dólares.
“A desinformação cria divisão na comunidade, mina a confiança e pode ameaçar a segurança pública”, disse a ministra das Comunicações de Canberra, Michelle Rowland, no domingo. Ela acrescentou que “o governo Albanese está comprometido em manter os australianos seguros online”.
De acordo com a proposta do governo, a ACMA teria o direito de impor um novo “código” de prática em plataformas de mídia social que demonstrarem repetidamente incapacidade de monitorar a propagação de notícias falsas em seus serviços. Também estabeleceria um “padrão” para toda a indústria, forçando a remoção de determinados conteúdos, exigindo métodos mais robustos para identificar desinformação e um aumento no uso de verificadores de fatos.
Violações sistêmicas do código resultariam em uma multa máxima de AUS $ 2,75 milhões (US $ 1,83 milhão) ou 2% do faturamento global – o que for maior. A penalidade máxima por quebrar um ‘padrão’ da indústria seria de AUS $ 6,88 milhões (US $ 4,6 milhões) ou 5% do faturamento global.
Uma multa hipotética sob os últimos termos para a Meta, controladora do Facebook, chegaria a cerca de AUS $ 8 bilhões (US $ 5,35 milhões), observou o jornal The Age.
A UE impôs regras semelhantes para o conteúdo de mídia social no ano passado, o que também impôs multas às empresas de mídia social vinculadas ao volume de negócios global anual.
De acordo com a legislação proposta, o governo de Canberra não teria um papel na determinação de qual conteúdo online constitui “desinformação” ou “desinformação”. Rowland enfatizou que a lei foi projetada para “encontrar o equilíbrio certo” entre conter notícias falsas e proteger a liberdade de expressão online.
Os poderes também não se aplicarão a conteúdos independentes, informações eleitorais oficiais e serviços de notícias profissionais. O Google já havia removido cerca de 3.000 vídeos enviados ao YouTube da Austrália, que espalhavam o que chamavam de informações perigosas ou enganosas relacionadas ao Covid-19.
A legislação proposta foi publicada no sábado e está atualmente em consulta pública, o que Rowland disse ser uma oportunidade para os australianos e as empresas de mídia social expressarem quaisquer objeções a ela.
Gazeta Brasil