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O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) disse que sua atuação como presidente da CPMI do 8 de Janeiro será independente, imparcial e voltada para que os trabalhos não “descambem para a anarquia”. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, composta por 16 senadores e 16 deputados, investiga os atos que resultaram na depredação dos edifícios-sede dos Três Poderes.
“Não vou sequer pautar, não vou dar nenhum crédito a pessoas que queiram utilizar a CPI de maneira política para fins eleitorais”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (4). “Não tenho investigado de estimação. Se houver indícios contra qualquer pessoa que seja, eu colocarei o requerimento em pauta e o plenário decidirá se vai aprovar ou não.”
Segundo o deputado, essa não é “uma investigação policial como qualquer outra”. Ele falou ser algo que interessa a todo o Brasil: “É um caso muito sério, uma acusação de que aconteceu uma tentativa de golpe de Estado, com o propósito de interromper o estado democrático de direito”.
“Em uma Comissão Parlamentar de Inquérito, os depoimentos são públicos, os documentos vão ser expostos, não haverá sigilos e as pessoas poderão acompanhar e formar juízo de valor do que de fato aconteceu.”
Maia declarou que nenhum integrante da CPMI deve julgar os fatos antes de ouvir todos os depoimentos. “No meu caso, que sou responsável por presidir os trabalhos, essa responsabilidade e esse apego a essa imparcialidade é dobrado”, disse.
“Vou cumprir o nosso papel, a consequência do cumprimento do nosso papel vai para o Ministério Público para fazer as suas ações”, continuou. “A CPI investiga e apresenta resultados de uma investigação, não é a CPI e nem o Congresso Nacional que pune as pessoas. A gente tem que cumprir nosso papel, a consequência não está sob nosso poder.”
“Vou me valer de todos os instrumentos que estiverem disponíveis, em última instância, até denúncias ao Conselho de Ética para evitar que haja qualquer tipo de balbúrdia de pessoas que queiram tumultuar os trabalhos da CPI”, declarou.
Sobre pedidos de quebra de sigilo, o deputado disse que deve haver indícios que justifiquem a ação. Já foram solicitados à comissão dados de pessoas como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.
A base aliada ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer ainda a quebra de sigilo telefônico e bancário de congressistas suspeitos de incentivar os atos de 8 de Janeiro.
“Eu no lugar desses parlamentares seria o 1º a propor e a oferecer a quebra do meu sigilo, mas obviamente isso é uma reflexão que cada um tem que fazer”, disse Maia.
Créditos: Poder 360.