Foto: Nelson Jr
Popularmente conhecido como Xandão, o ministro Alexandre de Moraes lembrou que nem sempre foi assim. A uma plateia seleta, contou que, antes da fama, o filho, que também é Alexandre, era o dono do apelido na família.
“Eu tenho três filhos, um se chama Alexandre e, desde menino, o apelido dele era Xandão. Ele até brincou comigo: ‘Ué, roubou meu apelido?’ Nunca ninguém me chamou de Xandão, amigos íntimos também não. Mas ficou para o bem e para o mal, né. Quem critica e xinga fala Xandão, quem elogia fala Xandão também. Tudo bem, não tem problema”, disse nesta terça-feira (13) no evento “Encontros Piauí”, organizado pela revista Piauí.
Antes disso, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) ressaltou: foi o ex-deputado Roberto Jefferson, preso por criticar ministros do STF, o responsável por fazer pegar a alcunha.
Moraes disse não se incomodar com os holofotes, que vieram a reboque da relatoria dos processos mais midiáticos do país: o das fake news, o que apura atos, os inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e, por fim, as 1.300 denúncias decorrentes dos atos de 8 de janeiro. Somado a isso, Moraes preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“Os casos foram sendo distribuídos a mim. Injustamente, dizem que me foram dados. Quem olha de fora, acha que eu quis pegar tudo. Eu não ganho mais por causa disso, trabalho mais, sou vigiado 24 horas por dia. Bom não pode ser. Mas não me incomoda”, declarou.
Diante das perguntas dos jornalistas Carol Pires e Felipe Recondo, Moraes reforçou sua ideia de que é preciso garantir as liberdades individuais, mas com responsabilização pelos excessos. Disse que, com o arcabouço jurídico existente hoje no Brasil, é possível fazer isso.
O ministro sabe que, mesmo com a segurança reforçada e depois do enquadramento penal de quem atacou o Supremo nos últimos anos, ele ainda é um alvo potencial de extremistas. Revelou que se comunica de forma lacônica pelo celular: “Eu não confio em WhatsApp”, confidenciou, bem humorado.
Moraes afirmou que não escolheu o momento ideal para pautar o processo sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, apenas mandou para o plenário quando o relator, ministro Benedito Gonçalves, liberou a ação.
“O TSE julga o que chega. O tribunal vai cumprir sua missão. Tudo é julgado. Entrou na vala comum. Tudo que é liberado é pautado, não há escolha de caso”, afirmou.
“Eu sou sempre confiante nos meus votos. Às vezes a gente ganha; às vezes, perde. Faz parte do colegiado”, disse.
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