Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
Ministro do TSE, próximo a Alexandre de Moraes e que tomou posse há poucas semanas, divergiu de Raul Araújo para acompanhar o relator Benedito Gonçalves
Terceiro a se manifestar no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desta quinta-feira (29), o ministro Floriano de Azevedo Marques (foto) votou para condenar Jair Bolsonaroa inelegibilidade por oito anos, por sua reunião com embaixadores antes das eleições de 2022. Ele acompanhou o relator, Benedito Gonçalves.
Floriano levou quase uma hora e meia para votar. Ele disse que Bolsonaro criou uma reunião com diplomatas para dar uma resposta para a Corte Eleitoral, agindo de maneira imoral.
“Analisando linha a linha o discurso apresentado pelo primeiro investigado [Bolsonaro], me convenci que ele teve claro objetivo eleitoral”, escreveu Floriano em seu voto, “não no sentido de questionar o processo eleitoral sem provas ou evidências consistentes, mas de angariar proveitos eleitorais na disputa de outubro em desfavor de seus concorrentes.”
Ele ainda rebateu o voto dado por Raul Araújo, que divergiu do relator e negou condenar Bolsonaro à inelegibilidade. Floriano não concordou com a tese defendida por Raul que os atos não tiveram efeitos graves. “Se alguém põe fogo num edifício e os bombeiros chegam prontamente, isso não quer retirar a tipicidade de quem pôs fogo”, rebateu. “Se a Justiça Eleitoral agiu bem e rápido, coibindo os efeitos daquela tentativa, não é disso que estamos falando. Estamos falando da intenção e das circunstâncias que predizem a gravidade.”
Na sessão da terça-feira (27), o relator já havia votado pela inelegibilidade do ex-presidente, por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação.
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