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O senador Jorge Seif Jr. desabafou e chorou ao relatar, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, a visita ao ex-ministro Anderson Torres na prisão. O senador se emocionou ao descrever o estado físico e mental de Torres após quatro meses na prisão a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Jorge Seif Jr. afirmou acreditar que os senadores não têm meios para interferir no que seria a ação do Judiciário, e terminou sua fala pedindo orações para o ex-ministro e sua família.
O senador disse: “não tem como não se emocionar. A gente está falando de um ser humano. Tudo contra o Anderson é ‘suposto’, ‘suposta omissão’, ‘suposto ato antidemocrático’… é tudo suposição. E uma prisão provisória, preventiva, não pode demorar tanto tempo assim. O cara está magro, barbudo… o cara está detonado. E especialmente emocionalmente”.
Dessa forma, Jorge Seif ressaltou : “imagine que você, até 31 de dezembro, você combate crime, prende traficante, você apreende droga…o cara era chefe da Polícia Federal, da PRF, era a maior autoridade, ministro da Justiça da República Federativa do Brasil. E 15 dias depois você é jogado em uma cela, jogado em uma prisão, como se fosse um bandido. É impossível não se emocionar”. O senador relatou ainda o sofrimento da família de Anderson Torres.
Assim como o ex-ministro Anderson Torres, milhares de pessoas estão sofrendo, muitas há anos, medidas arbitrárias e abusivas, sem chance de defesa ou acesso ao devido processo legal. A supressão de direitos mencionada por Seif afeta milhares de investigados nos inquéritos políticos do ministro Alexandre de Moraes, além de causar efeitos devastadores em suas famílias. Pessoas estão sendo tratadas como sub-cidadãos, pelo simples motivo de terem manifestado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por expressarem suas opiniões, são alvo de CPIs, de inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, ou são vítimas de medidas arbitrárias como prisões políticas, apreensão de bens, e exposição indevida de dados, entre outras.
No chamado ‘inquérito do fim do mundo’, e nos inquéritos dele decorrentes, já houve: prisões políticas sem que houvesse sequer indiciamento das pessoas presas; imposição de uso de tornozeleira eletrônica e ‘prisão domiciliar’ em endereço diferente de onde as pessoas moravam; quebra de sigilo de parlamentares, inclusive de um senador; quebra de sigilos de pessoas e empresas, inclusive de veículos de imprensa; censura de veículos de imprensa e de parlamentares; bloqueio de redes sociais de jornalistas, veículos de imprensa e parlamentares; buscas e apreensões em empresas, residências, residências de familiares, e gabinetes de parlamentares; bloqueio de contas bancárias, inclusive de jornalistas, parlamentares, e pessoas que sequer são investigadas; proibição de contato entre pessoas, que muitas vezes, nem se conhecem; proibição a parlamentares de concederem entrevistas; intervenções no comando de partido político; prisões em massa; confiscos; entre outras.
Créditos: Folha Política.